Trevas
"Atenção! Acendam as luzes da razão! Não deixem que a Idade das Trevas volte a eclipsar a sabedoria humana! Notícias dão conta que o criacionismo - doutrinação religiosa disfarçada de pseudo-ciência - cresce entre as escolas brasileiras. E não apenas no ensino religioso, onde faria algum sentido, mas nas aulas de ciência.
Atenção, educadores! Professores, pais e estudantes! Teólogos, filósofos e livres-pensadores! Independente de suas convicções religiosas e não-religiosas, é preciso atenção ao fato. Ou problema. Afinal, até mesmo a Igreja Católica, e suas mais conservadoras alas, reconhecem que é possível que religião e ciência convivam em paz. O que não se pode é misturá-las. O mesmo serve para a política. Por isso alerto aqui educadores em geral para a questão.
Me assusta saber que escolas tradicionais religiosas, como o Mackenzie, por exemplo, ou o Colégio Batista e a rede de escolas adventistas, estejam ensinando aos alunos a explicação cristã da criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Isso é um contra-senso. Como é que, na cabeça dos alunos, Adão e Eva - ou seja lá qual for a explicação que o criacionismo dá ao surgimento dos humanos na Terra - vão conviver com os macacos que nos antecederam na escalada evolucionista? Haverá lugar para todos no Paraíso? Haverá maçãs suficientes para que todos possam experimentar delas e serem expulsos do jardim do éden?
Não estarão estas escolas criando uma miscelânea perigosa e não científica nas cabeças dos estudantes? A troco de quê? Isaac Roitman, da Sociedade Brasileira pra o Progresso da Ciência, afirma: "É perfeitamente aceitável que o criacionismo seja apresentado como corrente que existe, mas está ligada à fé, enquanto a evolução é comprovada cientificamente". Nélio Bizzo, da USP, acrescenta: "Não há sentido em tentar provar a existência de Deus cientificamente". Fiquemos atentos. Como diz a sabedoria popular, cada macaco no seu galho."
Fonte: Tony Bellotto/Veja
Meus comentários: Pode ser que Tony Bellotto com sua vivência social intensa, tenha presenciado em escolas a existência da doutrinação religiosa mesclada na ciência, extrapolando o admissível que seria o conteúdo ser ministrado em aulas de ensino religioso. Eu, por minha vez, como educadora e observadora do ensino público e particular não tenho acompanhado esse tipo de procedimento na cidade onde moro. Talvez seja uma prática localizada no Rio de Janeiro, onde reside o cantor.
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