Do Último Segundo:
Bebês entendem quando brinquedos estão quebrados
Estudo do MIT avança no entendimento da inteligência de crianças entre um e dois anos de idade
Por Alessandro Greco
Na próxima vez que um bebê entregar um brinquedo que não está funcionando a um adulto preste bem atenção. O gesto é muito mais do que um simples movimento. Ele contém uma avaliação do bebê sobre se é ele mesmo que não sabe manuseá-lo ou se o problema é do brinquedo. Publicado nesta quinta no periódico científico Science, o trabalho mostra que ao receber um brinquedo que não funciona, bebês de 16 meses conseguem utilizar estatística para inferir se é mais provável que o problema seja com o brinquedo ou com a forma como ele está brincando com ele.
“O mais impressionante deste trabalho é que humanos com tão pouca idade sejam capazes de usar um quantidade muito pequena de informação estatística para resolver um problema fundamental de aprendizado sobre o mundo sem ter uma grande experiência sobre ele. Humanos possuem um poderoso mecanismo de aprendizado indutivo (aprendizado e generalização a partir de uma pequena quantidade de evidência) que se desenvolve na falta de aulas explícitas”, afirmou ao iG Hyowon Gweon, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), principal autora do artigo.
No trabalho, os bebês receberam brinquedos idênticos que diferiam apenas na cor (vermelho, amarelo e verde). Quando a pesquisadora apertava um botão no brinquedo verde, ele tocava uma música. Ela então entregava os brinquedos verde e amarelo para os bebês que apertavam o botão, mas nenhum dos dois tocava música. Ao receber o brinquedo verde, os pequenos tendiam a entregar o brinquedo para os pais como que dizendo que o problema era a forma como estavam manuseando-o. Ao brincar com o brinquedo amarelo, eles pegavam o brinquedo vermelho, mostrando que acreditavam que o brinquedo amarelo estava quebrado. Veja abaixo como foi a experiência:
A habilidade de inferir a causa de uma ação que não funciona a partir de dados estatísticos pode, no entanto, se desenvolver em uma idade mais tenra ainda. “É possível que bebês ainda menores possam fazer isso. O que acontece é que a idade em que constatamos esta competência foi por volta de 16 meses”, explicou Hyowon.
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