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31 de março de 2012

Governo do Equador não gosta de privadas

Do Último Segundo:

Equador fecha o cerco a universidades particulares

Não há paredes cobertas por trepadeiras na Universidade de Alfredo Perez Guerrero. Tampouco campos de futebol. O câmpus inteiro se encaixa em quatro pequenos edifícios em um modesto bairro residencial de Quito, no Equador. Em frente à entrada principal em uma rua movimentada – entre uma loja de móveis e outra que vende carros e aviões de brinquedo – uma preocupação tem sido constante nas conversas dos alunos que ali se concentram nos intervalos: “O que vamos fazer se o governo fechar a nossa universidade?” Para o presidente do país Rafael Correa , que ataca as “universidades de garagem”, as exigências que está impondo às universidades são tardias. "O Equador tem provavelmente as piores universidades da América do Sul", afirmou. Instituições mal qualificadas atendem a um total de 69.500 estudantes e "estão enganando seus alunos porque não têm os elementos mínimos necessários para garantir excelência acadêmica", disse. 

O governo de Correa, um ex-professor de economia, está reestruturando o sistema educacional – que inclui 71 universidades e 621,000 estudantes – de maneira abrangente. Esse esforço começou no final de 2009, quando realizou uma avaliação das universidades do país, classificando-as com notas de A a E.  Neste ano, pela primeira vez, a admissão nas 29 universidades públicas do país que recebem cerca de 70% de todos os alunos será baseada em um teste de aptidão. Este método está destinado a substituir um sistema caótico e muitas vezes injusto em que muitos estudantes entravam nas universidades apenas porque conheciam pessoas que poderiam ajudá-los com a inscrição. 

Outros ficavam em filas durante horas para conseguir vagas. Ao contrário do exame SAT realizado nos Estados Unidos (o Enem norte-americano), essa prova irá medir as habilidades básicas de aprendizagem ao invés do conhecimento geral, e o governo espera que isso possa ajudar a aumentar o acesso à universidade entre os alunos mais pobres, incluindo os grupos indígenas. Uma nova Constituição, aprovada em 2008, eliminou a taxa de matrícula nas universidades públicas, um ato que foi considerado como mais um passo para tornar a educação mais acessível aos pobres.

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