Afinal, até onde vai a responsabilidade do professor e começa a dos pais?
Por Telma Vinha
Muitas vezes, por não ter clara essa divisão, a escola terceiriza
problemas aos pais, e vice-versa, o que gera sentimentos de impotência
e sobrecarga em ambos os lados. Os papéis dos educadores e da família
são complementares, porém distintos. Em casa, há uma
relação de autoridade entre pais e filhos. A criança possui também uma posição privilegiada
e, por mais que se comporte mal, os relacionamentos se mantêm. Na escola,
o cenário muda. O aluno se torna mais um integrante do grupo, aprende a lidar com novas regras,
experimenta conflitos e percebe que as relações dependem de
suas ações. Além do conhecimento, a criança deve
adquirir na escola competências indispensáveis para o convívio
em sociedade - dificilmente obtidas em família. Cabe a nós, educadores, contribuir para esse aprendizado e buscar
maneiras de lidar com os conflitos inerentes ao processo. Isso requer boa
formação, estudo coletivo, envolvimento da equipe, reflexão,
avaliação e aperfeiçoamento.
Só assim nos sentiremos amparados e seguros para atuar no dia a dia.
O fracasso da Educação familiar não pode significar também
o insucesso da escola. Não podemos depender do bom desempenho dos pais para educar nossos
alunos para a vida em uma sociedade democrática, mais equilibrada e
justa e nem esperar estudantes ideais como um pré-requisito para obter
êxito. As crianças que trazem dificuldades de casa são as que mais
precisam do nosso apoio para se inserir socialmente. Vamos aproveitar esse
começo de ano para debater tais questões.Como profissionais da Educação, podemos construir uma escola
capaz de dar conta do que ocorre no espaço sob sua responsabilidade
tanto em relação à aprendizagem quanto ao comportamento
social.
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