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17 de abril de 2011

Nivelando desigualdades em sala de aula

Do UOL Educação:

Professor: como aproximar os alunos novos

Por Içami Tiba (*)

A maior arte do professor está em conseguir entrosar alunos novos com aos antigos. Isso pode acontecer em qualquer época do ano quando chega um ou outro aluno por transferência de outra escola, ou de outro turno, mas é muito mais frequente no começo do ano letivo. Gostamos de mudanças quando elas partem de dentro de nós, dos sonhos, dos projetos, da simples vontade ou até mesmo por uma necessidade, e é partir para o “melhor”. Em sã consciência ninguém deseja piorar de qualidade de vida, não importam os motivos, de se distanciar do seu “bom” e ir para o “ruim”. Estas mudanças geralmente ocorrem por pressões exteriores, não por vontade própria.

Para os migrantes, além dos problemas ou facilidades materiais e psicológicos que têm de enfrentar, há um posicionamento afetivo que pode melhorar ou piorar qualquer mudança:  é onde se coloca o conceito:  melhor ou pior do que... Se eu mudo para o melhor que estou, então está tudo bem, o novo fica endeusado. Mas se eu mudo para pior, então está tudo mal, o novo fica demonizado. Repare que este conceito está relacionado com o mundo interior de cada um. Portanto, uma mudança familiar pode agradar uns e desagradar outros. Este conceito leva a uma avaliação do como estava, bem ou mal, antes da mudança.

Quando um aluno vai para uma escola sabidamente pior do que aquela em que estava, é fraco o desejo de se entrosar com o pessoal que já está lá. O professor tem imensa importância neste caso, pois ele lhe é a única referência inicial, mesmo que o transferente não demonstre interesse em se enturmar. Ainda que não se interesse pelos colegas, ele precisará se entrosar. O aluno migrante que sabe que está no novo somente para ser aprovado, e em seguida ir para outra “escola boa”, ele pode considerar-se em trânsito nesta escola “ruim”. Para ele, o “bom” ficou onde estava e estará para onde irá depois de aprovado. Então esta escola é “boa” somente para passar de ano.

Mas há os que deixaram o “bom” porque de fato lá não renderam, de lá foram expulsos ou mais amenamente convidados a se retirarem. Isto significa que esta escola “ruim” tem que ser “boa” para ele poder aproveitar esta chance e aprumar-se nos estudos. Merece um bom trabalho do professor, pois este aluno veio para ficar e não para piorar. Geralmente quem tem que se adaptar é o aluno novo e não os velhos que lá já estavam, mas o professor tem que ser a sensibilidade para perceber e explorar as trocas viáveis entre eles. E Geralmente os aspectos positivos devem ser ressaltados, pois estes favorecem as aproximações. Se houver uma apresentação formal, com adolescentes maiores, seria uma quebra de gelo muito grande investir um tempo para apresentações mútuas das qualidades.  Eu sou Paulo, bom em ...  ; Meu nome é José, mais conhecido como Zelão e gosto de música etc.

Se em um grupo de alunos cada um deles recebe uma atenção equânime todos terão seu momento de celebridade. O clima desta apresentação pode parecer um velório ou uma festa. Isto depende do professor, que exige maior rigor e seriedade ou que estimule a criatividade mas que não vire a maior bagunça... Quanto à matéria vale a pena pesquisar com uma pergunta da matéria do dia: Quem sabe o que é ...   Quem não souber, aluno novo ou velho, pergunte a quem sabe, novo ou velho. A explicação do aluno pode ser base para a aula do dia para o professor.  Isso nivela os conhecimentos.

(*) Psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.

Aprendizagem por descoberta


A aprendizagem por descoberta

Por Eliane da Costa Bruini (*)

Os termos currículo em espiral e aprendizagem por descoberta surgiram segundo os modelos concebidos pelo psicólogo Jerome S. Bruner, com clara influência piagetiana, a partir da década de 60, nos EUA. De acordo com a proposta educacional de Bruner, é possível ensinar qualquer assunto, de uma maneira honesta, a qualquer indivíduo, em qualquer estágio de desenvolvimento, desde que se leve em consideração suas diversas etapas de desenvolvimento intelectual. Pois, para Bruner, o que é relevante em uma matéria de ensino é sua estrutura e o modo de representá-la para o aluno. Partindo desse pressuposto, o ambiente de aprendizagem por descoberta deve proporcionar alternativas / resultados para percepção do aprendiz, com relações e similaridades entre ideias que não foram previamente reconhecidas. Dessa forma, o aluno tem oportunidade de ver o mesmo tópico mais de uma vez, em diferentes níveis de profundidade e em diferentes modos de representação.

Para Bruner, as fases de desenvolvimento de um indivíduo ocorrem em seu ambiente e se manifestam em três modos: representação ativa, representação icônica e representação simbólica – a primeira, caracterizada pelo manuseio da ação, a segunda, pela organização perceptiva de imagens e a terceira, pela utilização de símbolos. O ambiente de aprendizagem por descoberta propõe que o educador facilite e ordene os processos de representação por parte do aluno, para que ele se sinta estimulado a explorar alternativas. Conforme revelam os três fatores envolvidos no processo de exploração de alternativas de Bruner: ativação (dá inicio ao processo, curiosidade), manutenção (o mantém no processo) e direção (evita que seja caótico).

Isso posto, a forma de conhecer do indivíduo dentro de uma disciplina de ensino passa a compreender os fundamentos da matéria, do fenômeno e prevê sua rememoração futura. Além de proporcionar reexame constante do que foi aprendido com sua habilidade de dominar um assunto (representações icônicas, lógicas e simbólicas); de economia, relacionada à quantidade de informação a ser conservada na mente, a ser processada ou entendida em novas proposições; e de potência afetiva, pela capacidade de relacionar assuntos aparentemente distintos. Contudo, em um ambiente de aprendizagem por descoberta, é necessário que as atividades sejam significativas para o indivíduo naquele momento, utilizando formas de reforços naturais que indicam o conhecimento por prazer, ao contrário de reforços arbitrários.

(*) Colaboradora Brasil Escola, Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL

15 de abril de 2011

Aula de história - Uma ditadura que não era exclusivamente militar ou Uma presidenta do barulho

VAR-Palmares planejou execução de militares

Documento da Aeronáutica que foi tornado público nesta quarta-feira, 13, pelo Arquivo Nacional, após ter sido mantido em segredo durante três décadas, revela que a organização guerrilheira VAR-Palmares, que contou em suas fileiras com a hoje presidente Dilma Rousseff, determinou o "justiçamento", isto é, o assassinato de oficiais do Exército e de agentes de outras forças considerados reacionários nos anos da ditadura militar.  Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.

O arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública na teraça-feira, 12, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes...

Armas do grupo guerrilheiro VAR-Palmares

A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem "similaridade" com o que pensava durante o tempo de guerrilha... Leia mais no Estadão

Hesitação e cognição

Do Estadão: Expressões de hesitação, como "hum" e "ah", geralmente usados quando a pessoa está em dúvida sobre o que vai falar, ajudam as crianças no processo de aprendizagem de novas palavras, de acordo com estudo da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e publicado na versão online da revista Developmental Science. A equipe de cientista cognitivos que desenvolveu este estudo diz que a razão para isto acontecer é a ligação que as crianças fazem com o momento para prestar atenção, ou seja, se a mãe diz "Olhe os, hum, ah, rinocerontes", a pausa dá tempo para as crianças se prepararem para prestar atenção e consequentemente aprender a nova palavra. Para este estudo, os pesquisadores observaram três grupos de crianças com idades entre 18 e 30 meses. As crianças foram colocadas com os pais ou mães em frente a uma tela com dispositivo que monitorava para onde as crianças estavam olhando. Duas imagens apareciam na frente delas, um deles era um objeto familiar, como bola ou livro, e o outro era um objeto inventado, com um nome inventado. Um voz mecânica então fez frases simples incluindo os objetos. Quando a voz tropeçou nas palavras e disse, por exemplo, "Olhe para, hum..." a criança instintivamente olhava para o objeto desconhecido com uma frequência 70% maior. Mas é interessante observar que os efeitos observados neste estudo não atingem crianças com menos de dois anos. Isso porque os bebês mais novos ainda não conseguem compreender que as pausas servem para introduzir uma nova palavra. Já as crianças com idades entre dois e três anos estão em um estágio de desenvolvimento de sentenças rudimentares e já têm o vocabulário formado por algumas centenas de palavras. Nesta fase, a quantidade de palavras a que as crianças são exposta é mais importante que a qualidade das frases ditas para elas. 

14 de abril de 2011

Liderança - Atributo não só do diretor, do supervisor ou do coordenador


Liderança em escala

Por Eugenio Mussak (*)


Liderar não é fazer. Liderar é fazer fazer. E, para isso, é necessário criar uma equipe, o que significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Sim, líderes devem inspirar pessoas, mas, à medida que a empresa cresce, essa função muda um pouco, pois não é mais suficiente inspirar quem faz.

Agora é necessário inspirar quem inspira quem faz. Já se disse que a primeira responsabilidade de um líder é formar outros bons líderes.

Há duas razões para justificar essa afirmação: a primeira é que o líder precisa ter a consciência de que ele não é eterno nem infalível. Cedo ou tarde, o gestor precisará ser substituído, temporária ou definitivamente.

A segunda é que, desde Fayol (Henri Fayol, estudioso da teoria da administração), aprendemos que um líder não consegue liderar diretamente um grupo superior a 30 pessoas. Além desse número é preciso pensar em gestores ou chefes intermediários, capazes de replicar o comando e de manter o moral do grupo. O exército é um bom exemplo.

A primeira função de um gestor é formar outros bons líderes

Entre o posto de marechal e o de soldado há 20 posições hierárquicas que formam a cadeia de comando. E não há, nesse caso, nenhuma intenção corporativista para favorecer amigos ou protegidos com cargos importantes.

O que há é uma cadeia de lideranças que mantém a coluna vertebral de uma organização que tem de funcionar bem. Nas organizações, em função do crescimento e da globalização, os princípios da autonomia e da delegação viraram imperativos de efi cácia. E isso exige um grande esforço de capacitação e uma comunicação eficiente.

Caso contrário, não há chance de se criar o necessário ambiente de confiança. Querer manter o controle sobre tudo o que acontece na companhia é o mesmo que condená-la a ficar pequena. Manter vários objetos no ar ao mesmo tempo é coisa de artista de circo.

Nas organizações isso se faz em equipe, que, por definição, é um conjunto de pessoas que possuem habilidades complementares e sonham o mesmo sonho. A empresa é formada por várias equipes que obedecem à mesma lógica. Se isso for observado, não há limite para o crescimento nem para o sonho.

(*) Professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens. (eugenio@ssdi.com.br)

13 de abril de 2011

Dicionário e cartazes para combater o omem que saiu de caza e foi pacear de ônibus pela sidade

Da Nova Escola:

Como ensinar as irregularidades ortográficas

A ausência de regras ortográficas para algumas palavras faz com que as crianças (e muitos adultos) tenham dúvidas sobre como escrevê-las. A consulta ao dicionário e a produção de cartazes ajudam a turma a aprender como usar as grafias corretas com segurança.


"O omem saiu de caza e foi pacear de ônibus pela sidade." Essa frase, cheia de erros ortográficos, causa estranhamento para muitas pessoas, mas certamente não para você, professor. Muitos alunos já escreveram coisas parecidas, não? 


Mesmo trabalhando as regras de ortografia, como as que determinam o uso de R e RR, a turma continua grafando alguns termos de maneira equivocada. Natural. A Língua Portuguesa tem muitas palavras que não obedecem a nenhuma regra. 

A regularidade existe quando é possível prever a escrita de um termo sem nunca tê-lo visto graças a normas que se aplicam a todos ou a muitos casos - como ocorre com o uso do R em "carro". Já os termos irregulares - definição de Artur Gomes de Morais, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no livro Ortografia: Ensinar e Aprender - têm sua escrita justificada apenas pela tradição do uso ou pela origem das palavras. É o caso de "passear" e "casa", que aparecem no início desta reportagem, e de outras mais, como os casos a seguir: 

- Som de S: Seguro, cidade, auxílio, cassino, piscina, cresça, giz, força e exceto. 

- Som de G: Girafa, jiló, geração e jeito. 

- Som de Z: Zebra, casa e exercício. 

- Som de X: Enxada e enchente. 

- H inicial: Hora, homem e hino. 

- Com disputa entre E e I e O e U em sílabas átonas que não estão no fim: Violino (que pode ser confundida com veolino), seguro (siguro), bonito (bunito) e tamborim (tamburim). 

- Com disputa do L com o LH diante de certos ditongos: Julho (que pode ser confundida com julio), família (familha) e toalha (toália). 

- Com alguns ditongos da escrita, que modificam a pronúncia: Caixa (que pode ser confundida com caxa), madeira (madera) e vassoura (vassora). 

Com a aprovação da Nova Reforma Ortográfica, que entrou em vigor em 2009, novas dificuldades surgiram. A exclusão do trema e do acento agudo em alguns casos, por exemplo, pode confundir quem está aprendendo a escrever. "As crianças vão questionar, por exemplo, por que 'frequente' é falado de um jeito e 'quente' de outro, mesmo ambas tendo a mesma grafia. Para aprender a forma correta, elas terão de memorizar", explica Beth Salum, doutora em Filologia em Língua Portuguesa e professora da Universidade de São Paulo (USP). 

Para ajudar a turma em tarefas como essas, nem pense em solicitar que escrevam repetidamente uma lista de palavras. Também não adianta planejar ditados - eles são úteis para avaliar o que está sendo aprendido, não para ensinar algo que ainda não se sabe. Existem duas atividades permanentes específicas para explorar bem a questão das irregularidades com os estudantes e ensiná-los a escrever com segurança e autonomia (leia as próximas páginas).


10 de abril de 2011

Exame Nacional do Ensinador Mediano ou O que o governo está planejando para passar para o professor a bola do catastrófico nível da educação brasileira

Tarefa de governo: premiar – ou reprovar – os professores

O diretor para educação da OCDE diz que melhoria do ensino exige preparar e recompensar os bons docentes. E tirar da sala de aula os maus profissionais

Às voltas com o mau desempenho de estudantes brasileiros, do ensino fundamental ao superior, o Ministério da Educação promete criar em breve um exame nacional para avaliar candidatos a professores. É o reconhecimento daquilo que diversos estudos empíricos vêm demonstrando: fazer a educação funcionar passa pelo aprimoramento dos docentes. O desafio não é exclusivo do Brasil. O jornal americano Los Angeles Times comprou uma briga com docentes locais, que pediram boicote à publicação, ao exibir um ranking em que o (mau) desempenho dos estudantes era atrelado ao de seus mestres. Situações como essas chamaram a atenção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade formada por nações desenvolvidas, que acaba de realizar em Nova York o Primeiro Encontro Internacional sobre Professores, reunindo educadores, governos e ONGs. Para o físico alemão Andreas Schleicher, diretor para educação da OCDE e um dos coordenadores do encontro, governos de todo o mundo têm uma tarefa a cumprir: ensinar melhor seus professores, mantê-los motivados, premiar os bons profissionais - e reprovar os mal avaliados. "A meritocracia é um princípio muito importante. Manter a eficiência de um corpo docente implica não apenas dar aos professores oportunidade, apoio e incentivo para que continuem a fazer bem seu trabalho, mas também tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes", diz. Na entrevista a seguir, Schleicher explica o atual desafio da carreira docente e conta como nações como Japão, Finlândia e Singapura vêm conseguindo bons resultados na área. "Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por professores de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente."

Por que realizar um evento para repensar exclusivamente o papel dos professores? Mais do que nunca, o progresso social depende da qualidade dos sistemas de educação. Porém, a qualidade do sistema de educação jamais excede a qualidade de seus professores - que depende de seleção, formação continuada, plano de carreira e avaliações constantes.

De acordo com especialistas, aprimorar a formação do professor é um dos grandes desafios brasileiros na área da educação – e também uma questão fundamental para o desenvolvimento do país. Outra nações enfrentam o mesmo problema. É possível dizer que essa é uma questão universal no século XXI? Sim, absolutamente. E a razão é simples: em qualquer país, sempre existiram bons professores. A diferença é que no passado apenas uma parte da população precisava ser educada para liderar o desenvolvimento do país. Mas o custo social e econômico dessa filosofia tornou-se alto demais. Atualmente, os sistemas de educação precisam qualificar todos os seus professores, e não só alguns, se quiserem que todos os seus cidadãos tenham um ensino de qualidade. Além disso, no passado era possível supor que o que se aprendia na escola valeria para a vida inteira. Agora, temos o Google e a digitalização das habilidades cognitivas, com mudanças rápidas no mercado de trabalho: os sistemas de educação precisam proporcionar formas complexas de pensar e trabalhar para que as pessoas não sejam substituídas facilmente pelo computador.

Essa tarefa exige professores de qualidade. Como atrair os maiores talentos? Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por profissionais de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente em países tão diferentes como Finlândia, Japão ou Singapura. Os candidatos a uma vaga de professor não se sentem atraídos por escolas organizadas como linhas de montagem. Eles desejam se deparar com uma organização de alta performance, com status, autonomia profissional e educação de alta qualidade atrelada ao profissionalismo, com sistemas eficazes de avaliação profissional e com carreiras diferenciadas. Portanto, essas são as questões que os países precisam resolver.
Quais os desafios dos governos? O primeiro é atrair candidatos qualificados e depois oferecer-lhes formação de boa qualidade. É difícil atrair bons candidatos se eles percebem que as instituições de ensino superior que formam professores não têm status na sociedade. Não é de espantar o fato de que os países que conseguiram elevar o nível de seu corpo docente são os mesmos que tornaram mais rígidos os critérios de admissão em seus programas de formação de professores. Igualmente importante é definir o que é um bom professor. Em muitos países, padrões assim guiam a formação inicial dos profissionais, a certificação, as avaliações de desempenho, o desenvolvimento profissional e o avanço na carreira. Em muitos sistemas de alta performance, a educação do professor não consiste apenas em fornecer o treinamento básico em temas relevantes e pedagogia, mas também desenvolver competências para a prática reflexiva.

O Brasil aplicará pela primeira vez uma avaliação nacional para seleção de professores da rede pública. É uma medida positiva? A avaliação do professor pode contribuir para a melhoria das práticas docentes, identificando pontos fortes e fracos. Também ajuda a atribuir aos professores a correta responsabilidade pelo nível do aprendizado de seus alunos. É um tipo de prestação de contas. Em geral, os professores veem avaliação e feedback de forma positiva. Em uma pesquisa realizada pela OCDE, 80% dos professores disseram que a avaliação é útil para o desenvolvimento profissional, e quase metade relatou que os resultados os levaram a aprimorar o conhecimento.

Há algumas iniciativas no Brasil de promover o professor por seu mérito. Porém, essa ainda é uma questão controversa entre os profissionais. A meritocracia é um princípio muito importante. Manter a eficiência de um corpo docente implica não apenas dar aos professores oportunidade, apoio e incentivo para que continuem a fazer bem seu trabalho, mas também tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes.

A questão salarial é muitas vezes apontada como obstáculo ao avanço da qualidade. Como o senhor enxerga essa questão? Em alguns países, como Japão e Singapura, o governo acompanha de perto as variações de mercado para se certificar de que os salários dos professores são competitivos. Mas, na maioria dos países, os vencimentos são inferiores aos de outros profissionais graduados. No entanto, há muitos países onde o ensino ainda é atraente porque oferece aos professores um ambiente de trabalho fascinante e o salário se torna apenas o pano de fundo da questão. Igualmente, é importante oferecer um plano de carreira aos docentes. Se você disser a um jovem professor de matemática de 25 anos de uma escola primária que, daqui a 25 anos, ele continuará sendo a mesma coisa, ele não verá perspectivas em seu futuro. Os países bem sucedidos em educação promovem um ambiente que oferece novos horizontes ao professor, com crescimento profissional.

Que habilidades os professores devem ter para enfrentar os novos desafios da educação? Eles precisam equipar os alunos com as competências necessárias à formação de cidadãos ativos. Precisam personalizar as experiências de aprendizado para assegurar que todo estudante tenha a chance de ter sucesso e lidar com a crescente diversidade da sala de aula e as diferenças no estilo de aprendizado. Eles também precisam lidar com as inovações no currículo, na pedagogia e no desenvolvimento das ferramentas digitais.

A tecnologia é um desafio aos professores? Bons professores usarão bem as tecnologias – e, ao falar de tecnologia, me refiro tanto a recursos digitais quanto ao repertório adequado de estratégias pedagógicas.

9 de abril de 2011

Rejeição familiar, sociedade permissiva com o crime, bullying, esquizofrenia e internet marcaram a vida do assassino do Realengo

Desajeitado e arredio, o atirador Wellington Menezes de Oliveira era alvo de chacotas de colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira, palco do massacre. Na adolescência, foi rejeitado pelas meninas. "Desde pequeno ele tinha distúrbio mental e sofria isso que chamam de bullying", diz A., seu irmão adotivo de 44 anos.

Sob compromisso de não ser identificado - a Secretaria de Segurança do Rio lhe alertou que pode sofrer retaliação -, A. contou ao Estado que, ainda criança, Wellington recebeu diagnóstico de esquizofrenia. Ele foi adotado pela tia, Dicéia de Oliveira, mãe de A. "Lembro do dia em que ela chegou com aquela criança assustada no colo. Ele tinha de 6 a 7 anos quando começou a tomar remédios controlados." Por volta dos 13 ou 14 - idade das vítimas -, Wellington abandonou os remédios. "Desde então sua esquisitice só piorou. Ele tinha obsessão pelo Velho Testamento da Bíblia", relatou A., negando que o irmão tivesse ligação com o Islamismo, como se especulou após a chacina.

A preocupação da família cresceu quando Dicéia percebeu que Wellington, já então viciado em internet, passou a ler manuais de fabricação de explosivos e manuseio de armas, além de pesquisar atentados terroristas, com predileção por homens-bomba do Oriente Médio. Segundo A., Wellington tinha preferência mórbida por cenas violentas e foi censurado pela família por comentar com empolgação o atentado contra Nova York, em 2001.

Os problemas se agravaram com a morte do pai adotivo, há cinco anos. E Wellington se isolou de vez após a morte de Dicéia, há dois, quando foi morar em Sepetiba, na casa deixada pelo pai. Especula-se que a partir daí passou a planejar o massacre. "Fiquei perplexo, como todo mundo, quando vi na TV a habilidade com que ele usava armas", diz A. Para ele, Wellington aprendeu tudo na internet... Continue lendo no Estadão

Do Youtube:

3 de abril de 2011

MEC prepara kit gay destinado a crianças de 7 a 12 anos e a criança poderá ser a sua

Fartamente tipificada nos códigos penais brasileiros, a mais recente novidade que o MEC prepara chama-se kit gay e servirá para massificar mais uma vez a disfunção familiar. Corrupção de menores, atentado ao pudor mediante fraude e assédio sexual são o resumo da mais nova iniciativa petista que, sob o manto da propagação da diversidade cultural, quer na verdade quebrar as colunas de sustentação da família, último reduto de moralidade do que sobrou de nosso país. Vejam a marmelada, confiram e tirem suas próprias conclusões:

2 de abril de 2011

Mitos sobre a educação

Da Nova Escola:


15 mitos da Educação

Nesta reportagem, convidamos você a refletir sobre 15 ideias presentes no dia a dia da sua profissão. Vale a pena analisar como essas questões interferem em sua prática. Seus alunos vão agradecer

1) Para ser um bom professor é preciso ter dom e vocação

Por que é um mito A docência não é uma capacidade inata, e sim uma carreira que, como outras, pressupõe esforço pessoal e formação que possibilitem o domínio de aspectos teóricos e práticos ligados à aprendizagem.

Por que derrubá-lo Um dos grandes desafios do país é a revalorização da carreira docente - com bons salários e condições de trabalho dignas para os educadores. Para que isso ocorra, é necessário que todos tenham acesso à formação inicial e continuada de qualidade. Só com estudos constantes, planejamento e dedicação, é possível ser um bom professor, ou seja, ensinar todos os estudantes.


"Não é admissível que alguém lecione apenas porque gosta de crianças ou acredita que leva jeito. A docência exige conhecimentos científicos."


Carlos Roberto Jamil Cury, professor titular aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Leia sobre os outros mitos:

E ai, gostou do que leu? Que tal ver o blog atualizado?

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