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25 de maio de 2013

300.000 visitantes

 

Olá a todos. Hoje chegamos à significativa contagem de 300.000 visitantes. O que começou como um simples passatempo, hoje alcançou uma expressiva marca. Agradeço a todos que, esporádica ou episodicamente têm feito parte desta história de acompanhamento de assuntos ligados ao ensino e à aprendizagem. Agradeço ao Criador pela inspiração e à minha família que sempre me apoiou na jornada deste  espaço cultural, que aconteceu de forma paralela com minha trajetória de Pedagoga. Que venham mais 300.000.

28 de janeiro de 2013

Professores precisam parar com desculpas

Da Veja:

'Professores precisam parar com desculpas', diz brasileiro que concorre a prêmio de melhor docente dos EUA

À frente de turmas que misturam crianças com autismo, adotivas e imigrantes, ele afirma que, a despeito das condições adversas, missão do educador segue sendo a de desenvolver o potencial máximo dos alunos.

Desde 2005, Alexandre Lopes leciona para crianças de 3 a 5 anos no condado de Miami-Dade, na Flórida 

Em abril, o brasileiro Alexandre Lopes, de 44 anos, pode receber um aperto de mão do presidente Barack Obama. Ele é um dos quatro finalistas de um tradicional prêmio americano que desde 1952 aponta o melhor professor do ano no país. A premiação acontece na Casa Branca. Formado em produção editorial, Lopes deixou o Brasil em 1995. Nos Estados Unidos, trabalhou como comissário de bordo antes de se tornar professor do ensino infantil. Desde 2005, leciona em uma escola pública de Miami, na Flórida. Na unidade, é o primeiro especialista em educação inclusiva, método que prevê a integração de todos os estudantes a estabelecimentos regulares de ensino, a despeito de limitações físicas, intelectuais ou sociais. Lopes cuida de 25 alunos com idades entre 3 e 5 anos de idade, sendo que um terço deles tem autismo, distúrbio que afeta a capacidade de comunicação. 

Seu desafio é oferecer conhecimento a todas as crianças, considerando dificuldades e possibilidades de cada uma. "Meu dever como professor é fazer com que meu aluno chegue mais próximo de seu potencial máximo, seja ele qual for." Para cumprir a tarefa, o professor não descansa. Se quer apresentar dinossauros aos pequenos, leva bonecos dos bichos pré-históricos à sala de aula; se o desafio é explicar o significado da palavra "áspero", apresenta uma lixa. A fama de bom mestre se espalhou. No início do ano passado, o brasileiro foi escolhido pelos colegas o melhor professor da escola e, meses depois, o melhor docente da Flórida. Agora, ele tenta conquistar a América com o prêmio concedido pelo CCSSO, organização que reúne secretários estaduais de educação dos Estados Unidos. Na entrevista a seguir, Lopes conta como fez da profissão um exercício de dedicação, que inclui a investigação do potencial de cada criança e o desenvolvimento de estratégias quase personalizadas para driblar obstáculos. "Meu lema é: aquele que traz menos é sempre o que recebe mais", diz. "Situações adversas não podem servir de desculpa."

Como um brasileiro se tornou candidato a melhor professor dos Estados Unidos? 
Em 2001, a companhia aérea em que eu trabalhava apresentou um programa de demissão voluntária, oferecendo benefícios para quem optasse pela saída. Achei que era hora de buscar nova formação. Eu queria me especializar em línguas estrangeiras, mas uma conselheira vocacional analisou meu currículo e sugeriu que eu fizesse um curso de educação especial para a primeira infância. Eu nem sabia do que se tratava, mas resolvi arriscar. Então, me apaixonei pela área. Mais tarde, recebi uma recomendação para uma bolsa de mestrado na Universidade de Miami. Em 2005, recebi o convite para iniciar a primeira turma de educação inclusiva na escola em que trabalho até hoje. Ali, ganhei fama de bom professor: algumas famílias de outras localidades viajavam mais de uma hora para matricular seus filhos em minhas aulas. Em 2012, fui escolhido o melhor professor da escola pelos meus colegas, o que deu início a essa história de premiações. Acho que uma série de fatores contribuiu para meu desempenho: o principal é levar meu trabalho muito a sério e nunca deixar de estudar. Além do mestrado, possuo certificação nacional em educação especial e estou terminando o doutorado na Universidade Internacional da Flórida. Exerço minhas funções com dedicação e carinho, além de conhecer a fundo toda a teoria envolvida em cada ato educacional dentro de uma sala de aula.

Como são suas turmas na escola?  
Trabalho com crianças de 3 a 5 anos. No período da manhã, tenho uma turma de 12 alunos e, à tarde, outra de 13. Cerca de um terço dos meus alunos tem autismo. Há também alunos filhos de imigrantes, que ainda estão aprendendo inglês, além de crianças em condições socioeconômicas adversas, vivendo em abrigos ou com famílias provisórias. Por serem crianças muito novas, as turmas não podem ser grandes.

Como lidar com turmas com condições tão particulares?  
Toda a minha instrução é acompanhada por representações concretas, pictórica e simbólica, do que está sendo dito. Se trato de dinossauros, mostra à turma, respectivamente, bonecos dos bichos, imagens projetadas na lousa digital e nomes dos animais. Quando conto uma história, apresento imagens do local onde ela se passa e dos personagens envolvidos. Se digo que algo é áspero, dou uma lixa para as crianças passarem a mão e saberem o que aquela palavra significa.

Onde entram os fundamentos da educação inclusiva? 
Defino educação inclusiva como o método em que o objetivo é atingir o potencial máximo de cada um dos seus alunos. Meu objetivo é fazer com que todas as crianças progridam. Nem todas, é claro, alcançarão o mesmo desenvolvimento. Meu dever é apenas fazer com que o aluno chegue mais próximo do seu potencial, seja ele qual for.

Qual a maior gratificação do trabalho?  
Dou muito valor às pequenas conquistas. Certa vez, recebi um aluno no dia em que ele completava três anos de idade. Era tranquilo, mas não falava nada. Contudo, toda vez que eu demorava um pouco mais em uma atividade, ele me beliscava para chamar minha atenção. Ensinei a ele que, se quisesse algo, ele deveria pedir, apontar, tocar, mas nunca beliscar alguém. Ele aprendeu, mas seguia sem falar. Finalmente, após quase dois anos de trabalho, um dia isso aconteceu. Eu trabalhava com outra criança quando alguém tocou as minhas costas. Então, ouvi uma voz rouca dizer: "Alex." Comecei a chorar: a primeira palavra que ele disse foi o meu nome. Eu me envolvo muito com os meus alunos. Acho que não há outra forma de ensinar.

O senhor citou o uso de lousa digital. Suas técnicas poderiam ser usadas no Brasil, levando em conta que nem todos os professorem têm acesso à tecnologia em sala de aula? 
 Em qualquer escola do mundo essas técnicas podem ser utilizadas. A alta tecnologia nos auxilia em sala de aula, mas temos também o que chamo de "baixa tecnologia", que depende exclusivamente dos conhecimentos e criatividade do professor. Não ter as mesmas condições de ensino de outros colegas é um desafio para muitos professores, mas isso não pode servir de desculpa.

Os educadores apresentam muitas desculpas?  
Acho que a educação passa por uma crise e temos que sair dela. Se aceitarmos qualquer desculpa, só vamos perpetuar essa crise. Na escola em que trabalho, há um incentivo grande para que os pais participem mais da educação dos filhos. Eu me esforço particularmente nessa tarefa: se for preciso, dou cambalhotas para trazê-los à escola, pois as crianças só têm a ganhar quando os pais se envolvem na educação delas. No entanto, não posso deixar que a ausência da família se torne uma desculpa para o fracasso educacional do aluno. O meu lema é: aquele que traz menos é sempre o que recebe mais. Se o desafio do aluno é aprender um novo idioma, devo lidar com isso. Se ele tem deficiência no desenvolvimento, devo lidar com isso. Se ele vive em uma situação de vulnerabilidade, tenho de lidar com isso. Caso o aluno não esteja evoluindo como esperado, o professor deve se questionar a respeito dos rumos do trabalho.

De maneira geral, os professores americanos têm condições de trabalho melhores do que as oferecidas a seus pares brasileiros. Isso não é um desafio a mais? 
Nunca trabalhei como professor no Brasil e não conheço a fundo os dilemas enfrentados pelos profissionais no país. As pessoas acham que um professor Flórida é muito mais valorizado, mas não é bem assim se compararmos essa atividade a outras. Somente agora, após muito trabalho e dedicação, atingi remuneração semelhante à que recebia como comissário de bordo. Se pensarmos que possuo mestrado e estou prestes a concluir o doutorado e que um comissário de bordo precisa apenas do ensino médio completo, há uma discrepância salarial muito grande também aqui.

O que mudou na sua vida desde que o senhor começou a acumular prêmios na profissão? Desde agosto, após ter sido escolhido o melhor docente da Flórida, não estou mais na sala de aula. Tornei-me embaixador da educação, com as funções de inspirar colegas e representar o estado em conferências e atividades educacionais. Minha vida fugiu ao meu controle (risos).

O senhor pretende lecionar no Brasil?  
Eu nunca parei para pensar nisso. Na verdade, nunca pensei que um dia seria requisitado para tal tarefa. Tudo aconteceu muito rápido. De qualquer forma, acredito que terei oportunidade para dividir o que sei com os professores no Brasil. Isso me deixaria lisonjeado.

19 de janeiro de 2013

As propostas de Salman Khan

Do Estadão:

'Com tecnologia, é possível ter ensino personalizado'

Famoso por suas videoaulas na internet, educador diz que papel do professor mudou e atual modelo de escola está ultrapassado

O educador visita o País pela primeira vez nesta semana para conhecer como anda a educação por aqui  - JIM WILSON/THE NEW YORK TIMES–7/9/2011

De adição às equações diferenciais, inflação à Teoria dos Jogos, história da arte à Guerra da Coreia, é difícil encontrar um assunto sobre o qual o educador norte-americano Salman Khan, de 36 anos, não tenha falado em suas videoaulas de, em média, 12 minutos de duração e que viraram febre mundial.  

Tudo começou despretensiosamente em 2004, quando ele passou a ajudar, de Boston, uma prima com dificuldades em matemática que morava em New Orleans. A solução era utilizar a internet para enviar pequenos tutoriais de aritmética gravados com um software simples de captura de som e imagem. Enquanto escrevia com o mouse na tela do computador, Khan explicava os conceitos.   

Dois anos depois Khan teve a ideia de publicar os vídeos em um canal do YouTube batizado de Khan Academy. O sucesso veio em pouco tempo: as aulas atraíram milhares de visitantes - e também de elogios. Em 2009, o norte-americano pediu demissão do emprego de analista de fundos de investimento para se dedicar exclusivamente à sua academia virtual.   

Os assuntos se diversificaram e hoje, além de matemática, há aulas de ciências, economia e humanidades. A coleção de Khan tem mais de 3,8 mil vídeos, que já foram assistidos pelo menos 224 milhões de vezes só no canal oficial do YouTube.  Apesar do potencial econômico, a Khan Academy é uma organização sem fins lucrativos que vive basicamente de doações de gente como Bill Gates. "Khan é pioneiro de um movimento global de uso da tecnologia para que mais e mais pessoas aprendam, não importa onde estejam. É o início de uma revolução", costuma dizer Gates, ele próprio um fã das videoaulas.

A segunda maior audiência da Khan Academy vem do Brasil. O educador visita o País pela primeira vez nesta semana para conhecer como anda a educação por aqui e divulgar seu livro Um Mundo, Uma Escola. Ele deve se reunir na quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em Brasília. Na última quinta-feira, Khan conversou com o Estado por telefone de seu escritório na Califórnia.   

O que o sr. pretende conversar com a presidente Dilma Rousseff?  
Geralmente falo com os governos sobre como ter um sistema de educação mais acessível e equânime. Isso passa pela forma de se certificar conhecimentos. Podemos criar um jeito de as pessoas provarem que sabem algo independentemente do modo pelo qual aprenderam, seja na universidade, na internet, no livro-texto ou no trabalho? Para mim, bastaria ir a um lugar, mostrar a carteira de identidade, fazer uma prova e sair com as credenciais.   

O sr. acha que os diplomas atuais vão perder valor se agora é possível aprender a partir de diferentes fontes e não apenas na escola e na universidade?  
Os diplomas já perderam valor, e não por causa da educação a distância. Se você for a diferentes países, verá que nem todos vão para as melhores universidades. A maioria estuda na sua cidade ou Estado. Mesmo que você frequente uma excelente faculdade, dê duro e aprenda bastante, ainda será difícil para que em outros lugares entendam o que você sabe ou não. O diploma diz muito pouco, é apenas um indicativo de suas competências. Como dar às pessoas algo que deixe evidente o que elas sabem? Precisamos de uma solução para isso.   

Como a Khan Academy deve ser utilizada nas escolas?  
O melhor é caminhar para o modelo de sala de aula invertida em que os alunos aprendam a seu próprio ritmo com a Khan Academy e o professor veja na base de dados quem está com dificuldade e retrabalhar os conceitos em pequenos grupos, pedindo àqueles que já entenderam que ajudem os colegas. Nesse processo, o aluno aprende de forma personalizada e interage com outras pessoas. E assim que compreende o assunto pode fazer um teste. É uma questão de mudar a estrutura e o tempo da sala de aula. As classes devem deixar de se basear nas aulas expositivas, já que agora elas estão disponíveis na internet. Na escola, o tempo deve ser gasto com seres humanos se reunindo e se ajudando.   

Quais são os impactos dessa revolução tecnológica nos professores e qual o papel deles em um mundo no qual os estudantes são mais ativos e autônomos?  
A maior parte do tempo do professor é gasto dando aulas expositivas. E quando ele não está fazendo isso, está criando e corrigindo provas e planejando aulas. Esses aspectos da carreira docente, nos próximos 5 ou 10 anos, poderão ser feitos por meio de ferramentas virtuais sob medida. A resposta à sua pergunta, então, é: interagir com os estudantes. Em vez de isso ocupar 10% do tempo do professor, como vemos hoje, pode se tornar 90% da ocupação dele, ou até 100%.   

Então teremos um professor exercendo mais um papel de tutor? Algo que vemos em universidades como Oxford?  
Exatamente. Várias das vezes em que descrevo esse cenário as pessoas acham que estou tirando a importância do professor no processo educacional, desvalorizando-o. Às vezes um tutor parece menos importante que um professor ou mestre. Mas é como você salientou: este é o modelo de Oxford. Você tem o mestre, pessoa muito talentosa no que faz, que senta com o aluno e o desafia intelectualmente. Para mim, isso exige uma habilidade muito maior do professor do que planejar uma aula e dá-la de modo previsível.   

Só o Estado de São Paulo tem mais de 5 mil escolas e 4 milhões de alunos. Dá para inverter todas as salas de aula da rede?  
Não tenho a ilusão de que isso vai ocorrer da noite para o dia (risos). Mas está acontecendo mais rápido do que eu esperava aqui nos EUA, pelo menos. Temos 20 mil salas de aulas usando a Khan Academy. Não foi por ordem do governo, mas uma decisão dos professores ao perceberem que podem ajudar seus alunos e tornar as aulas mais produtivas. Não se trata de dizer aos docentes o que devem fazer, mas fazê-los entender que isso deixará a vida deles melhor e fará com que gostem mais do trabalho.   

No Brasil, só conseguimos colocar quase todas as crianças na escola há cerca de 20 anos, mas falta qualidade ao ensino público. Como a tecnologia pode ajudar a transformar este cenário?  
Do lado dos professores, ela permite saber com mais precisão se as crianças estão aprendendo. Mas o ideal seria padronizar os critérios de avaliação, para que seja possível comparar o desempenho dos estudantes não só ao dos colegas, mas em uma escala nacional. Isso depende de que o resultado do dever de casa que o aluno faz à noite vá para um sistema integrado da escola, do Estado, do País. Assim, a qualquer momento se pode ter um diagnóstico da educação. O que um professor espetacular pode fazer com esses recursos é inacreditável.   

E pensando no estudante?  
Um aluno brasileiro pode ter acesso à mesma aula de cálculo que o filho de Bill Gates. Não depende mais de sua escola ser boa ou não porque fica numa região pobre da cidade.   

Nosso modelo de salas de aula existe desde o século 18. Estamos desenhando o futuro da educação nos dias atuais?  
Espero que sim. Se as melhores escolas estão fazendo essas mudanças, eu vou copiar. No nível universitário você vê grandes instituições como Stanford, Harvard e MIT dizendo que não há mais sentido em dar apenas aulas expositivas, que o ensino tem de ser mais interativo e personalizado, e que precisamos repensar o significado dos certificados de conhecimento e competências. Quando instituições desse tipo mudam, o efeito se espalha por outras universidades e até no ensino médio. Em cinco anos, as melhores escolas vão estar invertendo a sala de aula, então para o resto dos colégios não será uma questão de 'Devo fazer?', mas de 'Como posso fazer isso também?'.

29 de dezembro de 2012

Práticas comuns da educação de qualidade

Do O Globo:
  
Estudo identifica práticas comuns de escolas com bons resultados em áreas pobres

O que há em comum entre escolas que, mesmo atendendo alunos pobres, conseguem fazer com que todos tenham acesso a um ensino de qualidade? Para responder a esta pergunta, a Fundação Lemann acompanhou de perto seis colégios públicos — no Rio, em Sobral (CE), Pedra Branca (CE), Palmas (TO), Acreúna (GO) e Foz do Iguaçu (PR) — que hoje têm pelo menos 70% dos alunos no nível adequado em Matemática e Português e apenas 5% de conceito insuficiente no primeiro ciclo do ensino fundamental.

— Partimos de 215 escolas para chegar a essas seis. Usamos a Prova Brasil para saber a escolaridade e a ocupação dos pais e ainda os bens que têm em casa, com foco nos alunos do 5º ano — conta Ernesto Faria, coordenador de projetos da Fundação. — Daí, focamos em experiências que podem ser replicadas em outros lugares. Quando a gente fala em melhorar, por exemplo, a formação inicial e o plano de carreira, isso demanda esforços diversos. Essas escolas, no entanto, investem no que está mais à mão, mais fácil de alcançar.

A pesquisa foi feita depois que O GLOBO publicou a reportagem “Aula de Excelência na Pobreza”, vencedora do Prêmio Esso de Educação. A série contava, a partir de levantamento em parceria com a Fundação Lemann, a história de boas escolas públicas em áreas carentes.

Entre as ações que podem ser replicadas, quatro são comuns a todas as escolas visitadas. Em Pedra Branca e Sobral, no Ceará, e Foz do Iguaçu, no Paraná, a pesquisa constatou que as secretarias de Educação trabalharam para identificar os pontos fracos em relação ao aprendizado, passaram a acompanhar os resultados das avaliações e, a partir daí, desenvolveram um plano para recuperar o ensino. Tudo com metas claras e com foco bastante específico: fazer com que todos os alunos aprendam o conteúdo esperado para sua série na idade certa.

As escolas visitadas em Acreúna, em Goiás, no Rio e em Palmas, no Tocantins, passaram pelo mesmo processo, ainda que ele não tenha sido estendido para toda a rede. — Isso nos fez ver que tão importante quanto a política a ser desenvolvida é a maneira como é implementada, se tem ou não acompanhamento contínuo. No caso do acompanhamento das secretarias de Educação, se o professor acha que está sendo monitorado, se não acredita na meta, vai ser difícil ir adiante. Não adianta ter a ideia mais brilhante se quem está na ponta, o professor, não acreditar nela — diz Faria, lembrando que nessas escolas as secretarias agiram de modo que todos percebessem que estavam sendo ajudados com soluções.

Bônus para professores

Para estimular que as metas fossem cumpridas, as redes passaram a dar bônus aos professores que garantem o aprendizado de seus alunos. Em algumas secretarias, se a escola vai bem no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), todos recebem bônus. Em Foz, por exemplo, os profissionais das unidades que conquistam desempenho maior ou igual à meta do Ideb recebem o 14º salário. Para cumprir as metas, as escolas passaram a ter que acompanhar de perto o aprendizado dos alunos. “O nosso trabalho é todo dia, é corpo a corpo, uma dedicação diária”, conta um professor entrevistado pelos pesquisadores. “Nossa rotina é de acompanhamento individual do professor e do aluno, se atentando ao que eles estão precisando”, explica um coordenador pedagógico.

Algumas escolas estabeleceram avaliações oficiais, que ajudam a identificar os estudantes que precisam de reforço escolar. Em Foz do Iguaçu, a equipe da Secretaria de Educação percorre as escolas e analisa os cadernos dos alunos do 4º e 5º anos, além de observar a aula dada. — Percebemos que o modelo não se limita a relatar para a Secretaria o que foi visto, mas se preocupa em mostrar como é possível melhorar. Foz tem 51 escolas municipais e a pior tem 65% dos alunos no nível adequado de aprendizado — conta Faria.

Com os dados em mãos, passaram a investir em formação continuada. Em Pedra Branca, quando a avaliação aponta que um determinado professor consegue ensinar um conteúdo em que os outros têm dificuldades, ele é chamado para explicar o método. Nas seis escolas, os estudantes que têm desempenho acima da média são estimulados e recebem treinamento para participar, por exemplo, de olimpíadas de conhecimento. Outro ponto comum entre elas é que nenhuma medida é tomada com base na intuição. “A gente achava que podia transformar com o nosso conhecimento de senso comum. Só que a gente viu que não, que precisava de conhecimento científico”, diz um coordenador pedagógico entrevistado pelos pesquisadores.

As escolas pesquisadas conseguiram ainda criar um ambiente agradável, que deixa os alunos à vontade para aprender. As unidades são seguras, limpas e têm prédios preservados. Algumas contam com psicólogos, fonoaudiólogos e nutricionistas. — Isso é fundamental, porque os alunos precisam estar num lugar em que se sintam bem e que os ajude a lidar com o ambiente fora da escola — diz Faria. — Vimos que as crianças gostam da escola, citam professores específicos, fazem desenhos retratando o local. E também que os pais não são chamados apenas quando os filhos vão mal. A participação deles é incentivada. Se eles vão à escola, mesmo que sejam analfabetos e não possam auxiliar no dever de casa, podem checar se foi feito. Já é um passo muito importante.

25 de dezembro de 2012

Aniversário de 4 anos do Blog da Educadora

































 Hoje, 25 de dezembro, o Blog da Educadora completa quatro anos de existência. Já ultrapassamos a marca de 200 mil visitantes e hoje já são 236 mil, originários de 112 países e de 3.511 cidades do Brasil e do mundo. Agradeço a todos, que oriundos de buscas pelos mecanismos de consulta da rede ou que nos visitam com regularidade, têm feito nossa história e construído nosso sentido de existir. Os assuntos mais procurados foram metodologia de ensino, portfólio escolar e alfabetização, caracterizando o viés educacional daqueles que aportaram neste espaço cultural. Meu trabalho, já concretizado em 616 postagens, visa ajudar em tempo real a divulgação de assuntos de interesse da qualidade do ensino e algumas inserções de minha própria autoria emolduram uma iniciativa que objetiva reforçar, no âmbito da rede mundial de computadores, a importância da temática pedagógica e educacional. Agradeço a Deus por ter me concedido inspiração para escolher bons assuntos a serem transcritos. Agradeço aos meus familiares a tolerância por ver-me seguidamente em atividade tão estranha à rotina doméstica e agradeço também a todos aqueles que voluntariamente ou por acaso visitaram o Blog da Educadora, que a partir desta data rumará com destino ao quarto aniversário. Que no próximo ano, ao apagarmos as 5 velinhas, tenhamos um país mais consciente da necessidade de educar com qualidade sua população, confirmando com essa ação sua condição de potência mundial. Feliz 2013 e muito obrigada a todos.

17 de junho de 2012

Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica

Do O Globo:

Fundado em 1837, no período regencial brasileiro, o Colégio Pedro II foi criado para ser um modelo para a educação pública na época do Império. Desde então, a escola se consolidou como uma das poucas ilhas de excelência na rede pública. Agora, quando a instituição completa 175 anos, a diretoria busca reafirmar seu papel de indutor de melhorias no ensino básico do Rio por meio de dois projetos: o Programa de Residência Docente (PRD), já em andamento, e o Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica, cujo edital será publicado em breve. O objetivo é romper os muros e grades das 14 unidades do Pedro II e disseminar as experiências de ensino do colégio. A ideia é fazer do PRD um projeto-piloto. Se funcionar bem, a iniciativa se espalhará por outras instituições públicas de excelência. As duas iniciativas têm por meta principal a formação continuada de professores das escolas municipais e estaduais. Os programas nasceram de um desafio lançado pelo Ministério da Educação (MEC): o que o Colégio Pedro II pode fazer para melhorar a educação pública? — São 940 professores no colégio, sendo que cerca de cem deles têm doutorado, e 500 têm mestrado. Os outros têm, em sua grande maioria, pelo menos uma especialização. Por esse motivo, o então ministro Fernando Haddad ficou interessado no nosso potencial. Foi pedido à direção que apresentasse projetos, e surgiram o mestrado profissional e o programa de residência docente — explica a diretora de pós-graduação e pesquisa do Pedro II, Neide Parracho Sant'Anna.


 O Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica começou a ser gestado em 2010 e recebeu autorização definitiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no início deste ano. O edital está sendo finalizado. O objetivo desse programa — que tem como público-alvo professores atuantes na educação básica — é melhorar os resultados obtidos pelos futuros mestres em sala de aula. O mestrado terá duração de dois anos, e os alunos defenderão uma dissertação ao final do curso. A carga horária será de 360 horas divididas em três disciplinas obrigatórias, três eletivas, uma específica para área de atuação, oficinas e seminários de orientação. Segundo o professor Francisco Roberto Mattos, que participou da elaboração do curso, o foco será no trabalho dos professores: — Pesquisamos sobre os programas que já existiam e pensamos no que poderíamos oferecer de diferente. Há vários mestrados nas universidades que se preocupam com teorias da educação. Aqui, vamos dialogar com a teoria, mas nos concentraremos na prática docente. Já as atividades do Programa de Residência Docente começaram em maio. Cerca de 60 professores da rede estadual e de municípios do Estado do Rio passarão nove meses nas unidades do Pedro II, supervisionados por um orientador. Durante este período, eles participarão de oficinas com professores e coordenadores da escola e reuniões de planejamento. Além disso, os “alunos” do PRD também darão aulas junto com os docentes. A carga horária é de 360 horas na escola. Outras 140 horas deverão ser utilizadas na unidade de origem do participante. Os professores atuarão como multiplicadores, compartilhando o que aprenderem com seus colegas.

— No programa, o professor não será um estagiário. Ele vai observar e participar dos nossos projetos e terá oficinas com os coordenadores de cada área. Eles não levarão o Pedro II para as suas salas de aula. A partir do que viverem aqui, eles refletirão sobre melhorias em seu trabalho — explica a professora Flávia Amparo, também envolvida no projeto. A experiência dos professores do Pedro II que comandam o PRD é exaltada pelos participantes de outras escolas. — Eles estão no programa, mas também estão em sala de aula. Temos o mesmo ponto de vista prático. Já ouvi muita coisa sobre o que precisa ser feito para melhorar, mas não via como aplicar isso na realidade da minha escola — conta o professor de história Roberto Carlos Ferraz, do Colégio Estadual Conselheiro Macedo Soares, em Niterói. Marcus Vinicius Peres, que dá aula no Colégio Estadual Antônio Prado Júnior, na Tijuca, exalta o aprendizado: — É um privilégio estar com professores qualificados, numa instituição de excelência. Cabe a nós absorver as experiências e levar para nossa sala de aula. Carmem Moreira de Castro Neves, diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Capes, diz que a iniciativa pode ser ampliada para outros estados. — O princípio é o mesmo da residência médica: aprender e inovar com quem está fazendo. Dando certo no Pedro II, poderemos lançar um edital nacional chamando outros colégios públicos de referência. Compartilhar experiências é uma responsabilidade das escolas que têm um bom desempenho. Superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da Secretaria estadual de Educação, Antoine Lousao defende a ampliação do projeto. — Essa experiência cria uma ponte que nos permite disseminar essas experiências. Queremos que a parceria cresça.

11 de maio de 2012

A mãe educadora, que muito mais que um dia, terá uma vida

Do Educar para crescer:











No meu entender, se 7 destas 10 propostas são executadas conscientemente, há uma grande educadora dentro de você, mãezona.

27 de abril de 2012

Falta de opção

O mundo muda rápido, e a escola estacionou

Do Último Segundo:

Professores escolhem a carreira por falta de opção, fazem faculdades que não os preparam e repetem o mesmo com os alunos

O mundo muda a uma velocidade cada vez maior. Minha geração só chegou a conhecer a Internet na idade adulta. Hoje, a Internet é realidade para boa parte dos estudantes brasileiros, e dificilmente eles compreendem um mundo sem ela. Além disso, a velocidade e a variedade das tecnologias, como celular, televisão, cinema, rádio, jornal impresso, entre outras, é enorme. Tudo muda a toda hora. Os jornais com menos textos. Os celulares com mais recursos. A TV e o cinema com fotografias cada vez mais rápidas, na velocidade de vídeo clipes. Tudo isto encanta, apaixona, conquista. E a escola? É certo que universalizamos o ensino fundamental e caminhamos para a universalização dos demais níveis de ensino, mas de que forma?

Diria que, se alguém dormisse pouco antes da promulgação da constituição de 88 (que universalizou o fundamental) e só acordasse hoje, ficaria espantado com a quantidade de mudanças no Brasil. Aumentamos a urbanização, os carros já não são ‘carroças’, o computador tomou conta de escritórios, repartições públicas e casas de classe média, as ‘Lan Houses’ pipocam nos bairros pobres, fogões, geladeiras e telefones ficaram mais populares e há mais lares, no Brasil, com celular do que com geladeira. Porém, em um lugar esta pessoa que dormiu por anos se sentiria bem à vontade, quase como se tivesse acordado de uma soneca. Este lugar é a sala de aula.Na sala de hoje, como na de 25 anos atrás, ainda há um professor à frente e um monte de aluno, em fileiras ou bagunçando. O professor ‘ditando’ um conteúdo que alguém, por algum motivo distante do pedagógico, provavelmente para vender mais livros e apostilas, acha que é importante.

O mundo muda rápido, e a escola estacionou. A universalização da educação, no Brasil, nada mais é do que uma tentativa, fracassada, de reproduzir o modelo de quando a escola era para poucos. Não dá pra ser assim. Esta educação bancária, em que se deposita conteúdos na cabeça dos alunos, ainda é herança do iluminismo. Da mesma forma que acreditava que todo conhecimento poderia ser colocado em um livro, os iluministas acreditavam que podia ser transferido para uma pessoa (e esta é a lógica da sala de aula até hoje). Só que um cidadão médio, no iluminismo, somando todo conteúdo que sabia, conseguia colocá-lo em cerca de cinco quilos de papel. Hoje, cinco quilos de papel, de conteúdo, é menos do que a edição de domingo do New York Times. Se compararmos com a Internet então, e todo o conteúdo que existe nela, estes cinco quilos são muito pouco. Se antes, com menos conhecimento disponível, tinha algum sentido ensiná-los, agora não tem sentido nenhum.

Ao erro na opção de modelo de escola, somam-se outros. A universalização aumentou consideravelmente a proporção da população em carreiras na educação, com salários baixos sob a justificativa de que não dava para sustentar a ampliação do sistema com salários competitivos. Dois tipos de profissionais vão trabalhar com educação. Um é o de vocação, que escolheu ser educador, que faz da educação quase que uma atividade missionária. Estes são a minoria. O outro é aquele que não encontrou lugar melhor no mercado de trabalho. É aquele que menos se preparou, que escolheu faculdades e cursos mais fáceis e baratos que está na educação pelo salário, mas que certamente se dedicaria a outra profissão se conseguisse uma remuneração maior. 

Todos estes educadores, sem contar com milhões de prováveis talentosos professores que optaram por outras carreiras, receberam uma realidade bem diferente de quando a escola não era para todos. Se antes todos os alunos, provenientes da classe alta e média, iam à escola com um vocabulário razoável, com conhecimentos prévios ajustados com o conteúdo da escola, de famílias que valorizavam a educação e acompanhavam seu rendimento, em sua maioria filhos de mães que não estavam no mercado de trabalho e que podiam auxiliar no processo educativo, hoje ficou tudo muito diferente. O resultado óbvio da equação de professores despreparados, alunos com mais necessidades e tentativa de reproduzir o modelo anterior é obvio. O fracasso. 

Para atender à massa de pessoas interessadas em educação, que paga menos do que outras profissões com exigência de nível superior, mas mais do que pra quem não continua os estudos, proliferaram cursos de magistério, pedagogia e licenciaturas. Sem qualidade na base, sem qualidade no topo. A mesma lógica que afasta pessoas de vocação do ensino básico afasta do ensino superior. A concessão política do funcionamento de várias faculdades e universidades criou um péssimo sistema de formação de professores. Algumas raras exceções, geralmente nas universidades públicas, acabam mandando seus alunos direto para as salas de aula de escolas particulares. 

A formação superior dos professores não difere, na lógica de estruturação e funcionamento, do que é a educação básica. Na educação superior as licenciaturas não formam educadores, formam biólogos, gramáticos, matemáticos, físicos, geógrafos, historiadores, etc. Incentivados pelo seu curso superior, cada professor faz o mesmo na sala de aula. Tentam formar pequenos gramáticos, geógrafos, matemáticos. É interessante notar que o professor de matemática, em geral, não sabe nada de literatura, o de geografia não tem ideia do que sejam as contas de física, o de história não se dá bem com matemática; mas todos querem que aluno saiba tudo de sua matéria.

As formações dentro da escola, quando existem, seguem um pouco a lógica do que são os coordenadores pedagógicos. Alguém lembra as atividades diárias de um coordenador pedagógico? Em geral é fazer horário, ver quem faltou, atender pai de aluno, intermediar conflito, substituir o diretor de escola, cuidar da logística da feira de artes e/ou ciências, organizar logística da festa junina, zelar pelo bom comportamento dos alunos, verificar preenchimento dos diários, cobrar entrega de notas, preencher formulários burocráticos, ‘entregar’ o Plano Político Pedagógico, entre outras atividades. Isto o coordenador não faz por desejo, faz por necessidade. Se não fizesse, a escola sairia de controle.

Eu pergunto: O que tem de pedagógico em tudo isto? Nada, ou quase nada. Mas, se isto é o que faz o coordenador pedagógico, nada mais natural que as formações de equipe estejam voltadas às áreas do trabalho diário. A práxis (prática) leva a isto, não a concordância do grupo. Parafraseando o educador Rubem Alves, mineiro da minha querida cidade de Lavras, ensinar o voo não é uma coisa possível. O voo (as capacidades cognitivas) já nasce com as pessoas, com os educadores e com os educandos. O voo pode ser encorajado, nunca ensinado.

Em uma sociedade em transformação, com as redes sociais aceleradas pela Internet, com conteúdo sendo produzido a toda hora e a todo momento, com qualquer aluno podendo chegar a uma aula sabendo mais de determinado assunto do que seu professor, com a necessidade de formamos pessoas com capacidades múltiplas, não tem mais nenhum sentido ‘engaiolar’ professores e alunos, levando-os de cá pra lá e de lá pra cá. A essência do ser humano, do professor ou do educando, é o voo. E para encorajar o voo é preciso usar todo tipo de ferramenta disponível no mundo moderno. Não existe uma receita pronta em que computador mais internet, mais programa educativo, mais sistema de ensino, mais lousa interativa, mais tablets é igual a super educação. Não existe porque somos seres diversos.

Aí está a grande dificuldade em ser educador, e aí está o que não pode ser ensinado. Cada grupo, ou até mesmo cada aluno, reage diferente a diferentes estratégias de educação ou de ensino-aprendizagem. A organização atual no Brasil atende sim alguns alunos, mas talvez nem 10% do total. A imensa maioria não se sente atraída pela escola, não a reconhece como espaço de reconhecimento, de afirmação identitária. O grande desafio para os educadores é justamente poder preparar cada aula com muito cuidado, usando tecnologias mais próximas do educando, fazendo da aula anterior uma avaliação para a formulação da atual, não organizar a aula focado nas necessidades dos ditos ‘melhores alunos’ da sala, considerar as diferenças entre os educandos, fazê-la inclusiva e, mesmo assim, estar preparado para que tudo que foi planejado dê errado e que a aula tenha que ir por um outro caminho, muito diferente do planejado. Sim, é difícil, muito difícil. Mas não fazer isto é aceitar que a educação seja instrumento de justificação das diferenças sociais.

6 de abril de 2012

Interdisciplinaridade, um conceito que deve ser trabalhado desde cedo

A interdisciplinaridade na escola


O trabalho com a interdisciplinaridade na escola começa já nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A imensa maioria das propostas curriculares que orienta o trabalho pedagógico dos professores de educação básica tem nas disciplinas acadêmicas tradicionais sua principal fonte de conteúdos e de organização dos conhecimentos. As crianças, já nas primeiras séries do fundamental, têm aulas de Matemática, Ciências, História, Artes e assim por diante. Mesmo que todas essas aulas sejam dadas pela mesma professora, cada uma tem seus momentos e formas de funcionamento próprios, além de conteúdos muito bem caracterizados. Essas experiências escolares ensinam aos alunos, desde pequenos, que o conhecimento encontra-se organizado em compartimentos que, geralmente, não se relacionam. Na aula de Matemática fazemos contas, na aula de Língua Portuguesa lemos e escrevemos, na aula de História aprendemos a data dos principais fatos históricos e assim por diante.

Sendo assim, os(as) professores(as) devem se preocupar, já nas séries iniciais do Ensino Fundamental, em incentivar os alunos a construírem relações entre os diferentes conteúdos presentes nas diversas disciplinas do currículo. Conversar com os alunos de forma que percebam que a ciência também tem uma história, assim como o país, o estado, ou a comunidade. Mostrar que os problemas ambientais são, ao mesmo tempo, problemas de saúde, de Química e de Física, além de envolverem a ecologia e a Biologia como um todo.Atualmente, a estratégia de ensino mais utilizada para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico interdisciplinar são os projetos didáticos. Por meio dos projetos os professores podem introduzir o estudo de temas que não pertencem a uma disciplina específica, mas que envolvem duas ou mais delas. Os projetos didáticos são feitos com o propósito de construir boas situações de aprendizagem, nas quais se evite compartimentalizar o conhecimento, e dar aos alunos um sentido ao esforço de aprender.

Os projetos didáticos podem envolver várias disciplinas, porém, isso não deve ser obrigatório. Projetos didáticos são importantes porque abrem novas possibilidades de aprendizagem aos estudantes: viver situações em que é necessário tomar uma decisão sobre que caminho seguir; aprender a fazer um cronograma, considerando uma meta e as condições iniciais para realizar o projeto; decidir que estudos realizar para resolver um problema; compreender um processo de transformação ou uma questão política; predispor-se a analisar uma situação social complexa e situar quais disciplinas fornecem conhecimentos para esclarecê-la. É preciso ressaltar que a avaliação de um projeto didático deve levar em conta, principalmente, as aprendizagens realizadas pelos alunos durante sua realização. Um projeto é bom pelas aprendizagens que proporciona a seus alunos, não pela qualidade pontual de seu produto final. Fazer uma apresentação considerada linda pelos pais pode ser até importante para as relações da escola com eles, mas não garante a realização das aprendizagens que justificaram o projeto, quando de seu planejamento.

Em um projeto didático interdisciplinar, cada professor que participa precisa ter definidos seus objetivos educativos, próprios da disciplina ou área com a qual trabalha. No caso das séries iniciais do Ensino Fundamental, uma professora, desenvolvendo um projeto didático com seus alunos, define objetivos em Língua Portuguesa, em História e em Geografia. Por exemplo: realizar um projeto no qual os alunos aprimoram seus conhecimentos sobre características do texto informativo e desenvolvem sua competência em produzi-lo; pesquisar sobre a história da Grécia Antiga; propiciar a utilização de Atlas, estudando em particular o Mar Mediterrâneo, sua localização entre a África e a Europa, Gibraltar e o Oriente Médio; os países que banha, a presença da Grécia e do Mar Egeu. Esses objetivos podem também fazer parte de um projeto envolvendo quintas ou sextas séries do Ensino Fundamental e tendo a participação dos professores de Língua Portuguesa, História e Geografia.

Os projetos didáticos propiciam, enfim, o estudo de problemas reais e, por isso, complexos, o que implica a necessidade de uma abordagem interdisciplinar. Uma forma de abordar esses problemas reais é por meio dos temas transversais. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os temas transversais são definidos como questões de relevância social e que não devem ser abordadas ou resolvidas a partir de uma única disciplina. Ou seja, para compreender e procurar soluções para os problemas abordados nos temas transversais é preciso que se faça uma abordagem interdisciplinar, caso contrário, corre-se o risco da simplificação excessiva. "O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da participação política. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde, da Orientação Sexual e do Trabalho e Consumo." 

"A metadisciplinaridade, como dissemos, não implica nenhuma relação entre disciplinas. Ela se refere ao ponto de vista ou à perspectiva sobre qualquer situação ou objeto, mas não é condicionada por apriorismos disciplinares. Na escola, deveríamos entendê-la como a ação de se aproximar dos objetos de estudo a partir de uma ótica global que tenta reconhecer sua essência e na qual as disciplinas não são o ponto de partida, mas sim o meio de que dispomos para conhecer uma realidade que é global ou holística. De alguma maneira, situam-se nessa visão os denominado eixos ou temas transversais". Alunos de 3ª ou 4ª série podem ser desafiados a pesquisar quanta água a escola está gastando e pensar se essa quantidade está de acordo com as orientações dadas pelas companhias de tratamento e distribuição de água. 

Nesse trabalho, além de estudar a questão da obtenção, produção e distribuição de água potável para a cidade, os alunos aprendem também a fazer e utilizar as médias aritméticas em Matemática. A presença desse conteúdo está relacionada ao fato de que é muito comum, nessas discussões, o uso do "consumo médio" e do "consumo médio per capita". Também incluem-se neste caso os temas transversais saúde e meio ambiente. Em Ciências Naturais, professoras e professores devem sempre estar atentos para evitar a compartimentalização do conhecimento. Por exemplo, quando o tema é corpo humano, é comum estudarmos com as crianças os sistemas orgânicos de forma isolada, levando a um ensino que separa respiração de digestão e de circulação, e que impede os alunos de relacionarem o que estão aprendendo com uma boa postura em relação à sua própria saúde.


29 de março de 2012

Fracasso escolar - Afinal, de quem é a culpa?

Do O Globo:

O aluno não aprende porque os pais não o acompanham? Para 88% dos professores do nível fundamental da rede pública no país, sim. Quase 81% também acreditam que um aluno não vai bem na escola porque não se esforça. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação em respostas dadas por professores da rede pública na Prova Brasil, do Inep. E levantam a questão: num sistema educacional público com má remuneração para o magistério e escolas mal equipadas, que recebem estudantes em que a própria família já tem, em geral, baixa escolaridade e frágil nível cultural, de quem é a culpa pelo mau aluno?


No Questionário do Professor da Prova Brasil de 2009, os professores receberam uma lista de possíveis causas para problemas de aprendizagem dos estudantes, para dizer com quais causas mais concordavam. Quase todos concordaram com as respostas "Falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas do aluno" e "Desinteresse e falta de esforço do aluno". Respostas que poderiam mostrar a responsabilidade do professor ou da escola — "Baixo salário dos professores, que gera insatisfação e desestímulo para a atividade docente" e "Escola oferece poucas oportunidades de desenvolvimento do aluno" — tiveram 30,5% e 27,4%, respectivamente.

— Como a educação depende de vários setores, é esperado que um jogue a responsabilidade para o outro. Se você for perguntar para muitos pais, eles vão dizer que a escola não ensina direito. Mas, apesar de esperada essa responsabilização do outro, é preocupante que o professor coloque a culpa na família, se pensarmos que, nas escolas públicas, em diversas vezes não lidamos com crianças imersas no mundo letrado. Jogar a culpa para a família, nesses casos, é o professor falar "não consigo lutar contra isso". Nesse tipo de realidade, a função da escola pública é essa mesmo, é exercer um papel que a família e o meio em que o aluno vive não estão conseguindo cumprir. O contrário seria condenar a criança pobre a não aprender — analisa Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação.

Se a família não consegue acompanhar a educação do aluno, diz Priscila, o papel da escola seria achar maneiras de estimular esse acompanhamento. — Não podemos partir da suposição de que a família não apoia porque não quer. Às vezes é porque não sabe mesmo, em muitos casos os pais estudaram menos do que o filho. Além disso, a escola reclama que os pais não vão às reuniões, mas as marca na terça às 9h. A classe trabalhadora trabalha na terça às 9h — destaca Priscila, para quem o baixo número de respostas de professores colocando a responsabilidade no nível salarial e no desestímulo que isso provoca também era esperado. — Seria até antiético, eles estariam admitindo que dão uma aula ruim.

Em áreas com indicadores sociais críticos, como Norte e Nordeste, a falta de acompanhamento da família às vezes tem a ver com problemas como o analfabetismo. Ramone Maria do Nascimento, do bairro de Afogados, em Recife, tem duas filhas na escola, Vanessa e Vandressa, alunas do colégio municipal Mércia Albuquerque. A mãe não sabe sequer escrever o nome todo: — Vanessa precisou de muita ajuda na escola. Pedia às colegas para ensinar, pois não sei ler. Vanessa, de 11 anos, escreve com desenvoltura, mas não sabe pontuar. Não leu um só livro em 2011 ou este ano.

Na casa de Cássia Cristina da Silva, no mesmo bairro, são quatro os filhos na escola. Com pai pedreiro com pouco estudo e ela analfabeta, as crianças só não tiveram mais dificuldades porque os pais pagaram reforço. — Hoje um reforço aqui no bairro está entre R$ 35 e R$ 45 por aluno. A gente não pode mais — reclama Cássia, que este ano comemorou o fato de a filha Cassiana ter conseguido um colégio com tempo integral. No Mércia Albuquerque, a diretora Maria José Moura acha que atribuir culpa aos pais ou alunos é raciocínio distorcido: — São vários fatores em comunidades como esta, com histórico de violência. A maioria dos alunos não tem pai. Outros estão com o pai preso ou envolvido com o tráfico. A comunidade não tem banheiro. Muitos alunos passavam muito tempo no banheiro, e descobri que era para aproveitarem o chuveiro, a torneira, que não têm em casa.

Mudar a forma de participação da família parece ser a saída, afirmam pesquisadores. — Nas séries iniciais, acredito que a responsabilidade maior pela educação da criança seja da escola, porque são alunos mais interessados. A partir da adolescência, o interesse da família em acompanhar ganha peso maior. Agora, é mais fácil culpar os pais, quando a leitura correta é: como a escola pode mudar para conquistar esses pais? — diz João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto. — A escola trata o pai mal, só fala mal do filho. O pai não volta a segunda vez. Quando a escola poderia, em vez disso, falar sobre o que o filho tem de bom. Se o aluno picha, como converter aquilo num trabalho com artes, por exemplo. Em vez de chamar o pai só para reuniões, chamá-lo para falar de cursos para esse pai.

— A família de aluno de rede pública em geral participa pouco. O problema são as condições de participação, que afetam a qualidade dela. A escola tem de melhorá-las — afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. — Estudos mostram que o chamado efeito-família tem peso similar no aprendizado ao do efeito-escola. Mas, no Brasil, o efeito-família tem um obstáculo, a baixa escolaridade de boa parte das famílias. Aí, a escola é que tem de ser a diferença. No bairro Jockey, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, o modo que a Escola Estadual Professora Odyssea Silveira de Siqueira encontrou para atrair a família foi, além das tradicionais reuniões de pais, chamar para palestras sobre temas como drogas e gravidez; e para comemorações como desfiles ou o aniversário da escola. No início de 2011, quando o colégio ficou sem diretor por alguns meses, pais de alunos chegaram a se reunir para ajudar na limpeza e na manutenção do espaço.

— Não adianta a escola ser bilíngue se a família não mostra ao filho o valor de ter um projeto de vida. E a escola, em regiões como a nossa, precisa também educar os pais para isso — diz a professora de Ciências Marcele Kloper Balado, coordenadora do projeto Os Pais na Escola, criado há um ano no Odyssea. — Chamar o pai só para reclamar do filho não funciona. Tem de saber como chamar esse pai — acrescenta o diretor do colégio, Carlos José Pestana Moreira, destacando a melhora dos resultados da escola nas provas do Saerj em 2011, ficando acima das notas médias do estado.


Mãe de dois alunos do Odyssea, a dona de casa Joelma de Lima, que estudou até a antiga 3 série primária, diz que aprendeu a fazer o casal de filhos explicar para ela o dever de casa: — Explicaram raiz quadrada, que para mim era coisa do outro mundo, e uma coisa de ciência que gostei muito, sobre evolução do ser humano. Se deixar as criança por ela mesma, ainda mais a mais velha, não vai estudar como deveria — diz Joelma, concordando que não há pai ou mãe que goste de só ouvir falarem mal do filho. — Fico mais tranquila, porque não chamam só nesses momentos. A resposta "Carência de infraestrutura física e pedagógica da escola" recebeu apenas 28% da concordância dos professores no levantamento da Prova Brasil. Mas, para Danilo Serafim, professor de Sociologia da rede estadual do Rio e coordenador geral do Sindicato dos Professores do Estado do Rio (Sepe), esse é um dos principais itens que demonstram que o culpado não é nem o pai nem o professor:

— É o sistema educacional. As políticas educacionais, que não põem contraturno nas escolas, laboratórios... Estive numa escola de Valença recentemente, e, quando chove, o professor tem de levar os alunos para o banheiro, o único lugar onde não chove lá dentro. É claro que há diferença do aluno de uma família que participa para um que tem família ausente. Mas estou perplexo com o fato de a maioria dos professores ter respondido que a causa está nos pais. Se o professor ficar apontando dedo para a família, e a família, para o professor, os reais responsáveis só vão ficar assistindo a isso de camarote.

Comento: Os tempos atuais apresentam uma realidade pedagógica voltada para o estímulo à pesquisa. Viramos as páginas do professor onisciente, onipresente e onipotente. A própria atuação assertiva exercida pela rede mundial de computadores, seus mecanismos de pesquisa e suas redes sociais convida toda a comunidade escolar, composta de escola, alunos e responsáveis, a uma parceria pautada no diálogo, no acompanhamento e no respeito incondicional. Respondendo à pergunta formulada no título do post, o fracasso escolar, causas e consequências são responsabilidade de todos esses atores aqui citados. Mãos à obra por uma educação conscientemente compartilhada, que busque a projeção dos educadores, a auto-realização dos educandos e a segurança social que a família será beneficiária.

16 de março de 2012

Vantagens da escola integral

Do Educar para crescer:

10 vantagens do período integral

O Brasil tem muito a aprender com os países que hoje são modelo em educação. Na Finlândia, Coreia do Sul, Irlanda e Chile, os estudantes passam o dia todo na escola - em média, nove horas - enquanto por aqui, a maioria dos alunos não fica mais de cinco horas por dia em aula. E isso, claro, interfere não só na qualidade da educação como também no desenvolvimento do país.

Aos poucos, no entanto, esta realidade começa a mudar. Muitas escolas brasileiras já oferecem a opção do período integral, um alívio para os pais, que cada vez mais precisam trabalhar o dia todo e não conseguem dar o suporte que os filhos precisam para serem bem sucedidos nos estudos. "Contamos com apoio pedagógico, orientação educacional, toda a estrutura da escola. Uma criança que fica em casa não tem isso", explica Karin D. Flores, coordenadora do turno integral do colégio La Salle Dores, de Porto Alegre.

Além da estrutura física, como quadras, piscinas, salas de música e teatro, as escolas que trabalham em período integral oferecem também orientação em tempo integral. E os resultados aparecem. "Os alunos do integral são privilegiados. Ninguém faz lição para eles, mas há uma orientação para as tarefas e estudos. E o rendimento melhora", afirma Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo.

Segundo a coordenadora do período integral do colégio Marista Santa Maria, de Curitiba, Josiane Conke, mais do que uma melhora no rendimento escolar, pais e filhos ganham muito em qualidade de vida ao optar pelo período integral. "Nós não podemos mais fechar os olhos para as famílias em que pai e mãe trabalham o dia todo. Para eles, existe uma melhora na convivência familiar." Confira, a seguir, por que escolher uma escola com período integral e o que estudar o dia todo pode trazer de bom para seu filho e sua família.


1) Melhora o rendimento do aluno

No período integral, o aluno tem um horário destinado para realizar as tarefas do dia e para estudar para as provas, sempre com orientação de profissionais especializados. "São alunos bastante responsáveis, autônomos. Eles criam o hábito de fazer a lição do dia. E realmente têm um rendimento melhor", conta Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo. "O retorno que nós temos dos professores é de que há um diferencial das crianças do integral em relação à cultura e ao rendimento escolar", diz Josiane Conke, Coordenadora do Período Integral do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba.

2) Libera os pais para o trabalho

Pais e mães precisam trabalhar fora. E não há como não se culpar por não conseguir acompanhar a vida escolar dos filhos ou proporcionar atividades extracurriculares que também são muito importantes para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. O período integral supre essas necessidades e deixa os pais tranquilos para trabalhar o dia inteiro. "A escola cria um pacto com a família: as crianças não precisam sair da escola para fazer as atividades e contam sempre com orientação especializada", afirma Karin D. Flores, coordenadora do turno integral do colégio La Salle Dores, de Porto Alegre.

3) Supre a necessidade de praticar esportes

Natação, balé, futebol, xadrez... Qual é o pai que tem tempo de levar e buscar os filhos em todas essas atividades? Isso sem contar o dinheiro extra que precisariam destinar para cada modalidade diferente. Esta é uma das vantagens do período integral. "É bom para a criança e para a família, que não tem aquela preocupação de não ter tempo de levar o filho para praticar um esporte, porque a escola supre essa necessidade", ressalta Josiane Conke, Coordenadora do Período Integral do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba

4) Proporciona melhor aproveitamento do tempo ocioso

Uma criança que passa a tarde sozinha em casa dificilmente usará o tempo ocioso para estudar, como lembra Josiane Conke, coordenadora do período integral do colégio Marista Santa Maria, de Curitiba. "Muitas vezes as crianças passam a tarde com babás eletrônicas: tevês, videogame, etc. E enquanto estão na escola, elas têm vivências muito mais ricas."

5) Afasta o risco social

"É muito mais difícil uma criança que estuda em período integral se envolver com drogas ou ter problemas sociais", afirma Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo. "As crianças não ficam com tempo ocioso, não dá tempo de pensar em aprontar", acrescenta.

6) Possibilita a orientação dos estudos e das tarefas

É muito importante que a criança desenvolva o hábito de estudo e consiga organizar o tempo para aprender as várias matérias do currículo. Em casa, isso é mais difícil, ainda mais sem os pais para fiscalizar. "Na escola, os alunos são assistidos por professores, que são polivalentes, mas também existem professores especialistas, que auxiliam em necessidades mais específicas', conta Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo "São profissionais especializados, que vão dar a essas crianças um acompanhamento pedagógico de qualidade", acrescenta Josiane Conke, coordenadora do período integral do colégio Marista Santa Maria, de Curitiba.

7) Oferece orientação nutricional

Pais ocupados não têm tempo de cuidar da alimentação dos filhos como deveriam. E a culpa por estarem fora o dia todo faz, muitas vezes, com que permitam que os filhos consumam em excesso alimentos de baixo valor nutricional. Na escola, isso não acontece. "Aqui há um nutricionista que elabora o cardápio das crianças. Elas têm lanche da manhã, almoço e lanche da tarde na escola", diz Karin D. Flores, coordenadora do turno integral do colégio La Salle Dores, de Porto Alegre. Além do acompanhamento nutricional, o colégio Marista Santa Maria traz um diferencial. "As famílias podem almoçar no nosso refeitório com as crianças, o que aproxima os pais da vida escolar dos filhos", afirma Josiane Conke, Coordenadora do Período Integral da escola. No colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo, as refeições não estão inclusas no período integral, mas existe a preocupação com o que os alunos comem nos dois restaurantes e nas cantinas da escola. "A gente acabou com refrigerante, só tem uma vez por semana. Em vez disso, há sucos e água de coco natural. Tem também a preocupação com a parte nutricional, nada muito rígido, mas existe uma orientação", afirma Myriam Tricate, diretora-geral do colégio.

8) Melhora a convivência em família

Depois de trabalhar o dia todo e chegar em casa cansados, você ainda precisa verificar as tarefas dos filhos e ajudar com as dúvidas. Isso quando a lição de casa foi feita. Caso contrário, é preciso cobrar. E essa cobrança, misturada à exaustão da dupla jornada de "pai-profissional", acaba causando conflitos em família. "O aluno que estuda em período integral chega em casa com as tarefas prontas, o que melhora a convivência em família", afirma Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo. Segundo Karin D. Flores, coordenadora do turno integral do colégio La Salle Dores, de Porto Alegre, o período integral deixa a criança livre para aproveitar a família, sem obrigações. "As crianças do integral aproveitam o fim de semana para descansar, não precisam estudar, fazer lição. Usam o tempo livre para curtir a família", ressalta.

9) Supre carências de lazer, cultura e acesso à tecnologia

Além dos esportes, as escolas que trabalham com período integral oferecem diversas atividades de lazer, cultura e tecnologia aos alunos. "Temos aula de informática, oficina de artes plásticas, oficina de expressão corporal, oficina de música e culinária, entre outras atividades", conta Karin D. Flores, coordenadora do turno integral do colégio La Salle Dores, de Porto Alegre. No colégio Magno/Mágico de Oz, os alunos podem praticar esportes de aventura, robótica e esgrima, atividades que não costumam fazer parte do cotidiano da maioria das crianças. "Aqui na escola tem absolutamente tudo que eles precisam, gostam e querem fazer, com a vantagem de que todas as atividades são pensadas pedagogicamente", ressalta Myriam Tricate, diretora-geral do colégio.

10) Desenvolve hábitos de higiene

Qual pai nunca levou um baile para convencer o filho a entrar no banho? E para fazê-lo escovar os dentes, então? Mas quando a criança está em grupo e todos os amiguinhos lavam as mãos antes de comer ou escovam os dentes após as refeições, fica mais fácil ensinar e criar hábitos de higiene. "As crianças saem da natação e vão automaticamente para o banho, sem crise", conta Myriam Tricate, diretora-geral do colégio Magno/Mágico de Oz, de São Paulo. "Na educação infantil, temos uma clínica, cadeira de dentista, e costumamos chamar profissionais para conversar com os alunos sobre higiene bucal, o que torna o hábito mais natural", complementa.

Novo ranking de universidades pelo mundo, agora o da Times Higher Education


Do Estadão:

 

A USP (Universidade de São Paulo) deu um salto e aparece entre as 70 instituições de ensino superior com melhor reputação no mundo, segundo ranking do THE (Times Higher Education) publicado em Londres. No levantamento do ano passado, a USP não figurava nem entre as cem melhores. Agora, está na faixa entre o 61º e o 70º lugar. É também a única representante de toda a América Latina na lista. O THE é um dos mais importantes avaliadores de universidades no mundo. Para compor seu ranking de reputação, foram ouvidos 17.554 acadêmicos e pesquisadores de 137 países. Outras instituições no Brasil, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), continuam fora da lista das 100 melhores. Eles puderam indicar até 15 instituições que consideram as melhores do mundo em seus campos de estudo. Harvard foi apontada como a melhor universidade. A USP aparece em melhor posição no ranking de reputação (subjetivo) que em outro (objetivo) também feito pelo THE. No ranking geral, que foi divulgado no fim do ano passado e envolve 13 critérios (como relação aluno/professor, quantidade de discentes e docentes estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, dinheiro aplicado em pesquisa etc.), a USP aparece em 178º lugar. A Unicamp, em 286º. Uma boa reputação, assim como uma boa colocação nos rankings com critérios objetivos, pode facilitar a obtenção de dinheiro para pesquisas, atrair estudantes e também professores e pesquisadores capacitados de outros países.

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