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31 de outubro de 2011

Dia 31 de outubro - Halloween tupiniquim nos esportes de uma perna só


A posse do ministro do Esporte hoje poderia ser uma comemoração dupla para o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se o projeto de sua autoria apresentado na Câmara, em 2003, tivesse virado lei. No gosto de Aldo, no dia 31 de outubro seria comemorado o Dia do Saci. Sem esse mote nacionalista, o novo ministro foi empossado no Halloween, em plena caça às bruxas nos Esportes, por conta das denúncias de desvio de dinheiro público nos convênios com organizações não-governamentais (ONGs).


O projeto de Aldo propunha o resgate de lendas da cultura popular brasileira em contraponto à data comemorativa do Dia das Bruxas nos Estados Unidos e em outros países anglo-saxões, comemorado hoje. Aldo apresentou o projeto entusiasmado com o pedido da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci), um grupo criado em São Luiz do Paraitinga (SP) por apaixonados por sacis.

"O Saci é reconhecido como uma força da resistência cultural à invasão dos x-men, dos pokemons, os raloins e os jogos de guerra. A escolha do dia 31 de outubro, que tem sido imposto comercial e progressivamente aos brasileiros como o Dia das Bruxas ou o Dia do Halloween, não dizendo absolutamente nada sobre o nosso imaginário popular cultural, como o Dia do Saci, é assim estratégica, proposital, simbólica", argumenta o deputado no projeto.

A proposta, além de instituir o Dia do Saci, estabelecia ao poder público o apoio e a promoção de iniciativas, programas e atividades culturais para contribuir com a celebração do folclore brasileiro, por meio do Saci e de seus amigos, como Iara, Curupira e Boitatá.

Ainda sem ter concluída a tramitação nas comissões da Câmara, o projeto foi arquivado em 31 de janeiro de 2007, quando houve a mudança de mandato e, de acordo com o regimento, a maior parte dos projetos segue para a gaveta. 

Hoje, na cerimônia de posse, Aldo fez referência à data. "Hoje é o Dia do Saci, mascote do Internacional de Porto Alegre", disse ele, numa alusão ao popular time de futebol gaúcho.

30 de outubro de 2011

Desobediência


Como lidar com a desobediência da criança

Por Simaia Sampaio (*)

 
Quando uma criança esperneia em locais públicos, dá chilique querendo um brinquedo, as pessoas imediatamente o olham atravessado. Os pais ficam nervosos sem saber o que fazer e, em muitos casos, não param para pensar que o erro pode ter sido deles. Os limites do que é certo e errado devem ser iniciados logo que a criança dá seus primeiros passos. Se isto não foi ensinado, é hora de agir. Ceder às suas chantagens só irá piorar as coisas.

Veja abaixo algumas atitudes que você deverá tomar:

1. Não bata na criança, principalmente na frente de outras pessoas, você não irá educá-lo, irá apenas descarregar sua raiva e humilhá-lo contribuindo para sua baixa auto-estima futuramente.

2. As palmadinhas, nos pequeninos, também não valem. Elas são um testemunho da incompetência dos pais. Seu filho poderá até obedecer, mas não por respeito e sim por medo. Procure orientá-lo (a partir de dois anos ele já entende) usando palavras que ele possa compreender. Mostre as conseqüências de suas ações como o que acontece se enfiar o dedo na tomada. Vale uma dramatização.

3. Se seu filho der chilique em algum lugar público, não bata nele. Apresse-se no que está fazendo e o retire do lugar imediatamente. Não perca tempo tentando convencê-lo que sua atitude é errada. Ele estará irritado demais para lhe ouvir. Diga que vai embora, certamente ele não irá querer ficar lá sozinho. Deixe para ter uma conversa séria em casa.

4. Se você levou o dinheiro contado para o supermercado, não abra mão de compras necessárias para comprar o brinquedo que ele gostou. Uma dica é acostumar desde pequenino a dizer que o dinheiro já está comprometido para comprar alimentos e outras coisas para casa. Não minta, caso não seja verdade! Diga que comprará em outra oportunidade. Assim ele crescerá com este costume e não ficará gritando pelo supermercado. Você poderá também combinar, antes de ir, o que ele poderá pegar. Se ele pedir algo a mais, lembre-o do trato.

5. Estabeleça limites deixando claro o que você gosta e o que você não gosta, como bagunça na sala, riscar paredes etc. Ajude-o a guardar ou limpar, mas avise que se houver uma próxima vez ele fará isso sozinho.

6. Uma alternativa é o castigo, que funciona sem humilhar e a criança aprende a ter limites. Atua como um disciplinador. Exemplo: "Se jogar brinquedo no chão com raiva ficará sem brincar por um ou dois dias com aquele brinquedo; Se bater em alguém não irá ao parque no domingo". Mas atenção, explique porque ele não deve bater em alguém, porque não deve riscar a parede etc. Não imponha o castigo sem explicá-lo porque está fazendo isto. 

7. Crie o cantinho da disciplina, no corredor da casa de preferência, longe de estímulos. Antes de mandá-lo para o cantinho dê o alerta: se você não parar irá para o canto da disciplina, só mande-o para lá se ele continuar desobedecendo. Ele deverá ficar lá a quantidade de minutos de acordo com sua idade, por exemplo, se tiver 3 anos ficará 3 minutos e se sair antes da hora avise-o que reiniciará a contagem. Mas uma coisa é muito importante: ele deve saber porque está indo para lá e ao sair abaixe-se até sua altura,olhe nos seus olhos e pergunte-lhe se entendeu porque estava ali e ele deve pedir desculpas a você, enquanto não pedir não sairá. Ele precisa saber que deve lhe obedecer e não ao contrário.

8. Se você disse "não", mantenha sua decisão. O que não vale é haver oscilações. A criança ficará sem ter um parâmetro do que está certo ou errado. Se você não o deixa ir no banco da frente, seu marido não pode levá-lo para passear ao volante. Isto seria uma disparidade.

9. Se perceber que a criança ficou com raiva de você porque negou algo, seja firme. Ela não deixará de gostar de você por causa disso e é assim que elas aprendem a ter limites.

10. Não prometa presentes caso ela fique boazinha e obediente. A criança que não quer comer deve entender a importância da alimentação para o seu crescimento. Prêmios só farão com que ela manipule você cada vez mais.

11. Dê exemplos! Se você xinga, como quer que seu filho não xingue? Se você manda dizer no telefone que não está em casa, como quer que seu filho não minta? Como quer que seu filho coma verdura se ninguém na casa come? A criança imita os pais e se você não dá exemplos não pode cobrar.

12. Para os pequeninos, crie histórias de situações do dia-a-dia com bonecos, tais  como: vamos escovar os dentes de fulana (boneca), vamos dar banho em fulano etc. A criança aprenderá brincando e assimilará a importância destas atitudes sem precisar de broncas.

13. Se a criança assiste a uma cena na televisão onde os filhos brigam com os pais, está aí uma ótima oportunidade para verificar o que o pimpolho ou o adolescente pensa e orientá-lo.

14. Se ele falar gritando com você, ensine que não é dessa maneira que ele conseguirá as coisas e peça para ele falar baixo. Lembre-se que costume de casa se leva para a rua.

15. Não entre em contradição com seu cônjuge na frente de seu filho. Isto faz com que um ou outro perca a autoridade. Não discuta na frente dele e respeite a decisão já tomada mesmo que não concorde com ela, depois vocês conversam, reservadamente, para entrar em um acordo e voltem a conversar com a criança.

Atenção! 

Se você é daqueles pais ou mães muito ocupados, que trabalham muito tempo fora de casa procure conversar com ele e fazê-lo entender as suas necessidades antes que seu filho se revolte. Mas não esqueça que o tempo que estiver com seu filho deverá dar o máximo de si, para sentir a sua presença. Neste pouco tempo procure orientá-lo sobre o que é certo e errado, não deixe isto a cargo dos avós ou empregadas. Brinque! Sente no chão e jogue com seu filho. Se seu tempo é curto, lembre-se que muitas vezes a qualidade vale mais que a quantidade.

(*) Psicopedagoga clínica e responsável pelo site Psicopedagogia Brasil

29 de outubro de 2011

O desenho e a alfabetização


A Importância do desenho infantil no processo de alfabetização


Por Alcione Vieira de Paiva e Luana Carolina Rodriguez Cardoso

Este trabalho foi motivado pelo desejo das autoras de identificar as contribuições do desenho infantil no processo na aquisição da escrita por crianças na faixa etária de dois a sete anos. Buscou-se reunir e revisar a bibliografia sobre estudos de alguns teóricos traçando um breve panorama sobre o assunto. Foram objetivos desse trabalho: analisar os estágios de evolução do desenho infantil; revisar bibliografia sobre o tema e compreender como o desenho infantil influencia no processo de alfabetização. Muitas crianças ao chegarem ao 1º ano do ensino fundamental apresentam dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita. É possível que estas crianças não tenham tido oportunidades significativas de interação na educação infantil, fase na qual se desenvolve a função simbólica e consequentemente os sistemas de representação, fato que pode ter prejudicado o desenvolvimento da criança. Em situações como esta, é perceptível a importância do trabalho na educação infantil que priorize e preserve os momentos lúdicos e prazerosos, que certamente contribuirão para o desenvolvimento do desenho infantil.


Ao final do seu primeiro ano de vida, que compreende o estágio sensório-motor, descrito por Piaget (1948), a criança é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos. O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. De acordo com o mesmo autor, a função semiótica é a capacidade que a criança tem de representar objetos ou situações que estão fora do seu campo visual por meio de imagens mentais, de desenhos, da linguagem. A criança passa a desenvolver essa função no estágio pré-operatório, que compreende faixa etária de dois a sete anos. As crianças no início dessa fase começam a representar na tentativa de interagir com o mundo que a cerca, desenvolvendo a função simbólica, entendida como ato de representação, possibilita à criança, de acordo com Ribeiro (2007) "[...] à tomada de consciência da organização do mundo e o entendimento de fatos passados, presentes e futuros [...]". Sendo assim, entende-se que a representação é requisito básico para as operações mentais.
O que constitui a função semiótica e o que a faz ultrapassar a atividade sensório-motora é a capacidade de representar um objeto ausente, por meio de símbolos ou signos, o que implica poder diferenciar e coordenar os significantes e os significados ao mesmo tempo. (PILLAR, 1996, p.26)
A cada representação que a criança faz, o jogo simbólico e o desenho passam a ser uma necessidade, e é assim que elas vão se inserindo no processo de alfabetização, desde o estágio pré-operatório, onde se inicia o processo de representação, interagindo com a escrita como se a mesma fosse um jogo que contêm regras e, contêm também o imaginário. Dessa forma a escrita deixa de ser uma representação mental e passa a ser uma representação gráfica, carregada de sentidos, assim como o desenho que, primeiro passa pelo plano da representação mental e só depois a criança passa a representá-lo graficamente. Assim o desenho infantil pode ser considerado precursor da escrita, estando diretamente relacionado ao processo de alfabetização.

1. Pressupostos Teóricos


Os primeiros estudos sobre desenho das crianças datam do final do século XIX e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas da época.  São os psicólogos e os artistas que descobrem a originalidade dos desenhos infantis e publicam as primeiras 'notas' e 'observações' sobre o assunto. Como escreveu o famoso pintor Pablo Picasso em relação às suas observações sobre o desenho infantil: Quando criança, eu desenhava como Rafael. À medida que fiquei mais velho, passei a desenhar como criança. De certa forma eles transpuseram para o domínio do grafismo a descoberta fundamental de Jean Jacques Rousseau sobre a maneira própria de ver e de pensar da criança. As concepções relativas a infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis próprias da psique infantil, a demonstração da originalidade de seu desenvolvimento, levaram a admitir a especificidade desse universo.

Piaget (1948) diz que a representação é gerada pela função semiótica, a qual possibilita à criança reconstruir em pensamento um objeto ausente por meio de um símbolo ou signo. A representação é condição básica para o pensamento existir, uma vez que, sem ela, não há pensamento, só inteligência puramente vivida como no nível sensório-motor. É através do surgimento da função semiótica que a criança consegue evocar e reconstruir em pensamento ações passadas e relacioná-las com as ações atuais. Essa passagem é possível por interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos. Na evolução da garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criança desenvolve a intenção de elaborar imagens no fazer artístico. Começando com símbolos muito simples, ela passa a articulá-los no espaço do papel, na areia, na parede ou em qualquer outra superfície. Passa também a constatar a regularidade nos desenhos presentes no meio ambiente e nos trabalhos aos quais ela tem acesso, incorporando esse conhecimento em suas próprias produções. No início, a criança trabalha sobre a hipótese de que o desenho serve para imprimir tudo o que ela sabe sobre o mundo. No decorrer da simbolização, a criança incorpora progressivamente regularidades ou códigos de representação das imagens do entorno, passando a considerar a hipótese de que o desenho serve para imprimir o que se vê. É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos... Leia mais

Quando a violência do mundo virtual piora as condições no mundo real

Do UOL Educação:

Devo deixar meus filhos jogarem games violentos?

Por Içami Tiba (*)

Uma criança que já tenha seus valores próprios adquiridos pela educação praticada pelos seus pais e escolas, talvez não se tornasse violenta, ou se tornasse, não seria tão rapidamente, pois aprenderia a estabelecer a diferença entre a violência dos games e da vida real. Mas se ela cresce em um meio familiar, escolar e social já violento, ela pode acreditar que a violência é um valor a ser desenvolvido para poder sobreviver. Para esta, a violência dos games seria facilmente passada para a violência da vida.



No Japão, cuja educação e cidadania do povo atraíram as atenções do mundo quando ele enfrentou o terremoto e o tsunami em março deste ano, praticamente a maioria das crianças joga os games contendo violência, como em qualquer parte do mundo. Nem por isso aumentou a violência entre as crianças, como ocorre no Brasil. Se as crianças de ambos os países, Brasil e Japão, brincam com os mesmos games violentos, no Japão também as crianças deveriam ser violentas, mas não as são. Por que? Uma das grandes diferenças está na educação, e nos países onde os valores como empatia, respeito ao próximo, e responsabilidade social não são ensinados pelos seus pais e escolas às crianças desde a mais tenra infância, quando então aprendem o hedonismo egoísta, que é a realização das suas vontades prazerosas sem custos, pois quem os paga são os educadores e não elas.

A empatia, o que se sente pela outra pessoa, é um valor fundamental que faz parte da cidadania a qualquer humano que viva em sociedade, deve ser ensinada pelos pais em uma educação orquestrada. Cada vez que os pais ficam contrariados, desobedecidos, frustrados, felizes, realizados e/ou qualquer outro sentimento forte, é muito importante que seja dado feedback aos filhos, para que estes aprendam o que eles provocam nos seus pais. Pais que se calam não ensinam aos seus filhos o que eles provocam nas outras pessoas. Piora muito a violência e a depredação ambiental a falta de empatia para quem as sofre.

Na violência gratuita, comum nos games, o prazer em matar e destruir tudo à volta é egoísta e além de não aparecerem os sofrimentos das vítimas, dos seus familiares e amigos nem os custos das destruições provocadas pelo violento, ele ainda é premiado. Há tempos, talvez uns 30 anos, vi em uma tira de humor de jornal, cujo autor não me recordo agora, esta sequência: 1º quadro: muitas pessoas entrando, portanto de costas para o leitor, num cinema, cujo imenso cartaz trazia um caubói parado, de frente, com os joelhos curvados para fora, como se andasse a cavalo, com um revólver de cada lado com as mãos afastadas, como se estivesse pronto para atirar primeiro, num duelo de vida ou morte... 2º quadro: dentro do cinema, o mocinho na tela na posição acima descrita e na platéia, aparecendo somente as nucas da platéia... 3º quadro: todos os homens saindo de pernas abertas como se estivessem com revólveres em seus coldres e prontos para sacá-los antes do seu rival, o bandido...

Se a criança já é mais agressiva, impulsiva, explosiva, gritona, mal-educada, não respeita regras sociais de convivência, menos empática, sem suportabilidade às mínimas frustrações e absorvedora de comportamentos inadequados à sua volta, como os da tira acima citada, os games violentos somente pioram o comportamento dela. Portanto, os pais têm que controlar e não deixar passar nada que piore seu comportamento, principalmente as atividades interativas como são os games violentos.

(*) Psiquiatra e educador. Escreveu "Pais e Educadores de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 28 livros

O novo Plano Nacional de Educação e o irrisório salto de investimento em relação ao PIB

Do UOL Educação:


Plano Nacional de Educação deverá fixar meta de investimento no setor em 8,3% do PIB

Após meses de um intenso trabalho de análise e negociações, o relatório do Plano Nacional de Educação (PNE) está em fase final de elaboração e deve ser apresentado na próxima semana na Câmara. O projeto de lei definirá 20 metas educacionais que o país deverá atingir até a próxima década. Versão preliminar do relatório obtida pela Agência Brasil estabelece que o país deverá aumentar o investimento público em educação dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8,29% nos próximos dez anos.

Esse era um dos pontos mais polêmicos do plano e alvo de boa parte das quase 3 mil emendas que o projeto recebeu. A proposta inicial do governo era de que esse patamar fosse de 7%, mas houve grande pressão dos movimentos sociais para que se ampliasse o percentual para 10%. O relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) encontrou uma solução intermediária para a questão: determina o aumento dos investimentos para 7% do PIB até o quinto ano de vigência do PNE e para 8,29% no décimo ano de vigência do plano.

Durante a tramitação na comissão especial criada para avaliar o PNE, diversos estudos apresentados por entidades e pesquisadores indicavam que 7% seriam insuficientes para atingir todas as metas de melhoria do acesso e da qualidade da educação previstas no plano. Para a deputada Dorinha Rezende (DEM-TO), que faz parte da comissão do PNE, o valor que deve ser estipulado no relatório (8,29%) ainda é pequeno. Os deputados terão direito a apresentar novas emenda ao relatório e ela acredita que o tema será novamente debatido.

“Esse continua sendo o ponto em que no discurso todo mundo é a favor [de mais dinheiro], mas na prática não se efetiva. É preciso entender que os 5% de hoje não estão dando conta de garantir a qualidade, precisamos de um esforço a mais para garantir um bom padrão para todos. Hoje você tem professor ganhando R$ 4 mil e outros que não recebem nem o piso nacional [R$ 1.187]”, defende a deputada.
Na avaliação de Dorinha, o relatório irá tentar conciliar as diversas propostas, mas, para ela, o momento é ideal para estabelecer um pacto por um maior esforço. Ela aponta que, além de aumentar o patamar de investimento, o PNE deve determinar uma maior participação da União nessa conta, que hoje fica em grande parte com estados e municípios. “Isso não quer dizer que daqui a dez anos a gente não possa rever essa meta. Se houver melhoria no sistema poderemos avaliar e entender que os 10% do PIB não são mais necessários. O aluno que repete todo ano, por exemplo, é um dinheiro que a rede de ensino joga fora e se eu consigo melhorar o sistema diminuo os gastos”, pondera.

Além da meta que define o patamar de investimento, outras também sofreram alteração em relação ao projeto enviado ao Congresso pelo Executivo. A de número 11 falava, no texto original, em duplicar as matrículas da educação profissional. O relatório deve trazer a proposta de triplicar o número de estudantes nesta etapa. Já a meta 12 determinava o aumento da taxa de matrícula no ensino superior para 33% na população de 18 a 24 anos. Na nova versão a meta é mantida, mas com uma ressalva: 40% das matrículas devem estar nas universidades públicas. Hoje o setor privado é o responsável pela maioria (75%) dos estudantes do ensino superior.

Boa parte das emendas apresentadas ao PNE foi formulada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que participou dos processos de negociação para elaboração da nova versão do projeto. Para o presidente da entidade, Daniel Cara, o relator foi muito aberto ao debate com a sociedade e ao mesmo tempo cumpriu seu papel de negociador dentro do governo. Caso se confirme o percentual de investimento de 8,3% do PIB, Cara avalia que é uma conquista e representa um viés de alta.

“A vantagem é que se estabelece um novo piso de negociação. Não vamos aceitar nada menos do que os 8,3%”, diz. Ele ressalta, entretanto, que a entidade continuará lutando pelos 10% do PIB. Após a apresentação do relatório, os deputados da comissão terão novo prazo de apresentação das emendas. Só depois de aprovado o texto segue para o Senado que só deve iniciar a tramitação do novo PNE em 2012.

28 de outubro de 2011

Nova confusão no ENEM nos remete à reflexão quanto à validade do acesso unificado às IES públicas

Do Estadão: Os estudantes do 3.º ano do Colégio Christus, no bairro da Aldeota, em Fortaleza, se dizem injustiçados pelo Inep após terem sido obrigados a fazer nova prova do Enem. Eles reclamam que o instituto só cancelou as provas deles, embora os alunos do cursinho pré-vestibular da escola também tenham tido acesso ao simulado com 9 questões idênticas às do exame aplicado no fim de semana.  "A decisão do Inep foi muito precipitada. Não é justo que só a gente refaça a prova, sendo que foi um erro do próprio Inep", afirmou Lia Albuquerque, de 17 anos. Ela disse que faltou à aula no dia em que os cadernos de revisão foram distribuídos e só soube que ele trazia questões iguais às do Enem na noite do sábado, após a prova de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Os alunos foram liberados pela direção do Christus para falar com a imprensa na manhã desta quinta-feira. "Eu vi o simulado, não fiz e inclusive errei 4 questões daquelas que a gente já tinha", contou Beatriz Sucupira, de 17. Ela, assim como seus colegas, estão confiantes de que o colégio não teve culpa de antecipar questões do exame.

24 de outubro de 2011

Dia da árvore






No dia da árvore, depois de passear pela escola para observar as árvores que lá existem, conversamos sobre a importância delas para o meio ambiente entre outras reflexões. Então confeccionamos um mural com as gravuras que os alunos trouxeram de casa. Eles adoraram porque além de colar as gravuras cada um pode participar desenhando borboletas, núvens, sol, flores...Também realizamos outra atividade com colagem de papel picado e desenho.

15 de outubro de 2011

Projetos pedagógicos - Como fazê-los?

Como elaborar um Projeto Pedagógico


1. Como fazer um projeto? Tema do Projeto – a questão apresentada pelo educador, pode não ser um problema para o aluno, por isso podemos permitir que os alunos definam os temas, que formulem problemas e coloquem o pensamento em funcionamento pela necessidade de entendê-lo melhor e alcançar soluções.

• Trabalho em grupo – é enriquecedor, pois cada um poderá contribuir de maneira criativa para realização de um trabalho coletivo (uma rede), de acordo com seu interesse, trocando idéias, discussões, ou melhor um processo de construção de cooperação. 

2. Como fazer um projeto? Tema do Projeto definido por: alunos professores comunidade. Explorar uma questão; Definir os problemas; Soluções.

3. Como fazer um projeto? trabalhar em grupos enriquece o trabalho; Contribuição criativa; Troca de idéias e discussões.

4. Projeto: Nome/Título
• Justificativa (por que?)
• Objetivos (necessidades a alcançar)
• Atividades (o que fazer?)
• Estratégias (como fazer?)
• Acompanhamento (direcionamento)
• Avaliação (estímulo).

5. Como fazer um projeto? Acompanhamento do Projeto
• Avaliação do processo de desenvolvimento do aluno durante a realização do projeto.
• Perguntar.
• Contra-argumentar
• Orientar sem fornecer soluções. 

6. Uso de mídias e tecnologia
•internet, jornais, rádio, tv, máquina fotográfica, filmadora etc.
•Pastas e sub-pastas; grupos; apresentação; outras ferramentas(power point,word, paint, porta USB, etc.) 

7. Outras atividades paralelas:
• Show de talentos
• Exposição de desenhos
•Exposição de fotos
•Desfile de modas
•Painel de poesia
•Jogral
•Leitura de textos (Art. da Constituição Federal, Passagens históricas, etc.)
•Teatro. 

DICAS:

- Estar sempre interagindo com os alunos;
- Dinamizar ao máximo as atividades;
- Avaliar cada tarefa, sem deixar que as atividades se acumulem muito;
- Incentivar a participação dos professores e dos alunos em todas as fases do projeto;
- Ler sempre sobre o assunto;
- Explicar detalhadamente cada atividade;
- Se colocar sempre a disposição para eventuais dúvidas;
- Acompanhar sistematicamente o desenvolvimento do projeto.

Verbos adequados à formulação de objetivos

IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO COMPARAÇÃO
Identificar Descrever Comparar
Reconhecer Caracterizar Diferenciar
Denominar Expor Contrastar
Apontar Narrar Relacionar
Indicar Traçar Confrontar
Designar Contar Igualar
Intitular Listar Discernir
Mostrar Relatar Separar
Rotular Imitar Nivelar
Assinalar Apresentar Discriminar
Mencionar Enumerar Ligar
Evocar Excluir/incluir
Determinar

Traçar paralelo
Refletir/citar


CLASSIFICAÇÃO CONCLUSÃO APLICAÇÃO
Classificar Concluir Aplicar
Escolher Deduzir Empregar
Ordenar Decidir Utilizar
Numerar Justificar Construir
Separar Resumir Praticar
Selecionar Criticar/julgar Efetuar
Distinguir Analisar Executar
Agrupar/reagrupar Apreciar Efetivar
Categorizar Examinar Criar
Colecionar Conceituar Elaborar
Dividir Definir Confeccionar
Subdividir Generalizar Explicar
Qualificar Inventar

O B-A-Bá da matemática

 Do Só Pedagogia: 

Aprendizagem matemática em meio a brincadeiras infantis


Por Sidmara Pedroso Blaszak

Para Kátia Smole (2003), uma "proposta de trabalho de matemática para a escola infantil deve encorajar a exploração de uma grande variedade de idéias matemáticas relativas a números, medidas, geometria e noções rudimentares de estatística, de forma que as crianças desenvolvam e conservem um prazer e uma curiosidade acerca da matemática. Uma proposta assim incorpora contextos do mundo real, as experiências e a linguagem natural da criança no desenvolvimento das noções matemáticas, sem, no entanto, esquecer que a escola deve fazer o aluno ir além do que parece saber, deve tentar compreender como ele pensa e fazer as interferências no sentido de levar cada aluno a ampliar progressivamente suas noções matemáticas (p.62)."

Enfatizamos a importância de se desenvolver atividades matemáticas na escola infantil, uma vez que estamos inseridos no universo dos números desde que nascemos e que as crianças são capazes de desenvolver noções matemáticas mesmo antes de entrar na escola. Consideramos o conhecimento que utilizam na sua vida como, por exemplo, seriação, classificação, contagem numérica, etc. Partindo deste referencial acreditamos que freqüentar uma classe de Educação Infantil significa, além da convivência entre pares, ter acesso a muitas oportunidades para a construção de novos conhecimentos, graças às ações que a criança exerce sobre o mundo real. 

Trabalhamos neste projeto a matemática sem se preocupar com a representação dos números ou com o registro no papel. Permitindo à criança criar, explorar e inventar seu próprio modo de expressão e de relação com o mundo. Tudo o que temos que fazer é criar condições para que a matemática seja descoberta, oferecer estímulo e estar atentos às descobertas das crianças. Existem muitas formas de trabalhar com a matemática na escola Infantil. Ela está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizo o meu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis, na hora de dividir porções de lanche, etc...é aí que são construídos conhecimentos matemáticos como tamanhos, distância, comprimento, cores e formas.

Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la. Descobrem coisas iguais e diferentes, organizam, classificam e criam conjuntos, estabelecem relações, observam os tamanhos das coisas, brincam com as formas, ocupam um espaço e assim, vivem e descobrem a matemática.
Proporcionamos um ambiente "matematizador" com brincadeiras, jogos e atividades lúdicas, interativas e desafiadoras, capaz de encorajar os alunos a propor soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, desenvolver noções matemáticas e raciocínio. "De fato enquanto brinca a criança pode ser incentivada a realizar contagens, comparar quantidades, identificar algarismos, adicionar pontos que fez durante a brincadeira, perceber intervalos numéricos, isto é, iniciar a aprendizagem dos conteúdos relacionados ao desenvolvimento do pensar aritmético. Por outro lado, brincar é uma oportunidade para perceber distancias, desenvolver noções de velocidade, duração, tempo, força, altura e fazer estimativas envolvendo todas essas grandezas."(Smole, Diniz e Cândido, 2000, pg. 16). 

Algumas situações vivenciadas na sala de aula:
- Brincamos livremente com os blocos lógicos, fazendo o reconhecimento de suas características. Seriando-os e classificando-os quanto à cor, forma, tamanho e espessura. Propomos criar novas figuras agrupando as peças aleatoriamente. Através de algumas formas como, por exemplo, um circulo grande, um quadrado grande e cinco retângulos pequenos compor a forma da figura humana;
- Exploramos a modelagem em diferentes circunstancias. Utilizando argila e massa de modelar criando figuras e formas, seriando e classificando. Confeccionamos massa de pão, estudando as medidas e as quantidades de ingredientes necessários para fazê-la. Compomos um bonequinho com a forma humana decoramos com olhos, nariz e boca, colocamos numa forma e assamos. Confeccionamos massa de negrinhos também observando as quantidades dos ingredientes compondo as bolinhas estudando as formas, tamanhos e quantidades;
                                  

- Utilizamos caixas de tamanhos e formatos diferentes com aberturas nas formas geométricas para colocar e tirar objetos explorando as diversas possibilidades. Fizemos um túnel utilizando uma caixa grande em formato retangular explorando possibilidades de atravessá-lo;
- Através da literatura "O ratinho e as cores" foi possível descobrir a formação de algumas cores e seus respectivos nomes;
- Confeccionamos dados com a representação de quantidades e cores, os quais foram instrumentos indispensáveis para contagem e observação de cores em brincadeiras com peças de jogos de encaixe;
                                        

- Propomos experiências com altura - Medimos a altura de nossos colegas identificando o maior e o menor, e comparamos entre si e com objetos presentes na sala de aula, através do olhar ou da utilização de instrumentos de medida, convencionais ou não. Com tiras de papel pardo representamos a altura de cada criança e compomos um gráfico de barras em ordem crescente;
                                     

Através destas atividades lúdicas, envolvendo jogos e brincadeiras, propiciamos trocas de informações, criamos situações que favoreceram o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, desenvolvendo também as noções de perto/longe, dentro/fora, pequeno/grande, grosso/fino, por baixo/por cima, na frente/atrás, cheio/vazio, maior/menor. Notamos o crescimento diário de cada criança ao desenvolverem noções de tempo, quantidade, tamanho, classificação e comparação de formas, contagem identificação de algarismos, percepção espacial, entre outras.
Este tipo de abordagem, quando cuidadosamente preparada, se apresenta como um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático. No seu processo de desenvolvimento, a criança vai criando várias relações entre objetos e situações vivenciadas por ela e, sentindo a necessidade de solucionar um problema, de fazer uma reflexão, estabelece relações cada vez mais complexas que lhe permitirão desenvolver noções matemáticas mais e mais sofisticadas. (Smole, 2003 p. 63). Desde cedo as crianças devem ser acostumadas a ouvir uma linguagem matemática empregada em diferentes contextos para que possam fazer a sua própria construção de significado na interação com os colegas e adultos do seu meio A professora de educação infantil deve dar à criança oportunidade para observar tudo que a rodeia, contando, comparando, medindo, etc.

Dessa iniciação dependerá muito seu interesse pela Matemática no decorrer de sua vida. Devemos então, como educadores incentivar a criança, no seu universo povoado de sentidos, dos seres mágicos, de risos, de travessuras, de imagens, curiosidades e números que irão auxiliar a criança na exploração e compreensão do mundo da matemática. O papel do professor é de grande importância nesse processo, uma vez que, além de deixar a criança livre para manipular e experimentar os materiais, como também observar as reações decorrentes, deve, em seguida, propor à criança problemas reais a serem resolvidos, criando, assim, uma situação de aprendizagem significativa.
Referências
Cerqueti-Aberanke, Françoise; Berdonneau Catherine. O ensino da matemática na educação infantil; tradução Eunice Gruman. Porto alegre: Artes Médicas,1997.
Reis, Silvia Marina Guedes dos. A matemática no cotidiano infantil: Jogos e atividades com crianças de 3 a 6 anos para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Campinas, SP. Papirus,2006.
SMOLE, Kátia. A matemática na educação infantil. a teoria as inteligências múltiplas na prática escolar  Porto Alegre: Artmed, 2003.

Ao Mestre, com carinho

Autoria de minha filha querida:

Ao Mestre, com carinho


Hoje, 15 de outubro, dia do Professor
O Mestre, aquele que nos ensina com tanto amor
Comemoramos um dia sagrado
Em homenagem a este profissional muito amado
Ao Mestre dedicamos muito carinho
Ele que nos ensinou antes da equação, o B-A-Bá
Nesta data e em todos os dias do ano este doce versinho
Para minha gratidão exaltar
E a todo o Brasil declarar
Que tenho deles, como exemplo, o caminho

14 de outubro de 2011

A importância da psicomotricidade - Parte 2 - A motricidade refinada


A motricidade refinada das crianças

Por Cassia Ravena Mulin de Assis Medel

Trabalhar a motricidade refinada das crianças é pré-requisito fundamental na Educação Infantil. O educador que atua no segmento da Educação Infantil deve trabalhar a motricidade refinada das crianças, pois este é um pré-requisito fundamental para a aquisição da escrita posteriormente, isto é, na alfabetização. Para isso, é necessário disponibilizar às crianças materiais como massa de modelar e pintura a dedo, que podem ser adquiridas em papelarias ou confeccionadas pelo próprio educador;  folhas de revista que possam ser rasgadas pelas crianças e depois coladas numa folha branca; tesoura e cola para recorte e colagem; tabuleiro de areia, macarrões em forma de argola ou a própria argola para serem enfiadas num barbante ou outro tipo de linha, pelas crianças.


Outra atividade que os pequenos gostam muito e que pode ser realizada pelo educador é a dramatização, cujos personagens são os dedos das mãos das crianças. O educador desenha carinhas nos dedos dos alunos utilizando caneta hidrocor ou guache colorida, e depois as crianças realizam dramatizações utilizando os dedos como personagens das histórias. Elas podem utilizar também os fantoches de dedos nas dramatizações.


O teatro de sombras também pode ser utilizado pelo educador e pelos alunos, usando as mãos e dedos destes para formar os personagens atrás de uma tela construída com papel sulfite. Outra atividade que pode ser realizada é o jogo da mímica, utilizando a linguagem corporal, principalmente as mãos e os dedos do educador e das crianças. O educador pode fazer gestos com as mãos que representem ações para que as crianças descubram qual é a ação que está sendo praticada. Depois, uma criança realiza a mímica e as demais têm que descobrir qual é a ação que está sendo realizada. A atividade de modelagem na argila também pode ser utilizada.


O uso dos dedos dos telaios (material Montessoriano), de botão (para aprender a abotoar e desabotoar), de colchete (para aprender a abrir e fechar o colchete), de velcron, de cadarço (para aprender a amarrar o cadarço) também desenvolvem a motricidade refinada das crianças. Concluindo, atividades que envolvem os movimentos dos dedos das mãos são fundamentais para o desenvolvimento da motricidade refinada das crianças na Educação Infantil.


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13 de outubro de 2011

Distúrbios da aprendizagem - Discalculia

Do Psicopedagogia Brasil:

Discalculia

Por Simaia Sampaio


A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá. Em muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança.

Carraher afirma que:

“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72).


No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e professores desinformados.Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas. De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta aprendizagem:

·                  Distúrbios de memória auditiva:
- A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos.
- Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar do número com rapidez.

·                  Distúrbios de leitura:
- Os dislexos e outras crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido em voz alta. É bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas não na interpretação.
- Distúrbios de percepção visual: a criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos.

·                  Distúrbios de escrita:
- Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números.

Estes problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia impede a criança de compreender os processos matemáticos. A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, nem por déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima. O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números.

Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:

1.               Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
2.               Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
3.               Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
4.               Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
5.               Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
6.               Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

Na área da neuropsicologia as áreas afetadas são:

·                  Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos;
·                  Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata.
·                  Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.
·                  Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas.

De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:

·                  Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
·                  Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
·                  Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
·                  Classificar números.
·                  Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
·                  Montar operações.
·                  Entender os princípios de medida.
·                  Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.
·                  Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
·                  Contar através dos cardinais e ordinais.

Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:

1. Dificuldade na memória de trabalho;
2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
4. Não há problemas fonológicos;
5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

De acordo com o DSM-IV, o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:

·                  A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
·                  As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.
·                  Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem aquelas geralmente a este associadas.
·                  Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as habilidades lingüisticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Quais os comprometimentos?

·                  Organização espacial;
·                  Auto-estima;
·                  Orientação temporal;
·                  Memória;
·                  Habilidades sociais;
·                  Habilidades grafomotoras;
·                  Linguagem/leitura;
·                  Impulsividade;
·                  Inconsistência (memorização).

Ajuda do professor:

O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar:

·                  Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
·                  Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
·                  Corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor;
·                  Ignorar a criança em sua dificuldade.

Dicas para o professor:
·         Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
·         Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar;
·         Proponha jogos na sala;
·         Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;
·         Procure usar situações concretas, nos problemas.


Ajuda do profissional:

Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem. Recomenda-se pelo menos três sessões semanais. O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de interesse da criança. O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente?

·                  Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global
·                  O aluno fica inseguro e com medo de novas situações
·                  Baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas
·                  Ao crescer o adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.


Qual a diferença? Acalculia e Discalculia.

A discalculia já foi relatada acima.
A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.

Cuidado!

As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da matemática, achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação ao ensino da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar. Se sua criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo para uma avaliação. Muitas confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente, acarretando erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor mais atento.

Bibliografia:

CARRAHER, Terezinha Nunes (Org.). Aprender Pensando. Petrópolis, Vozes, 2002.
GARCÍA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre, ArtMed, 1998.
JOSÉ, Elisabete da Assunção, Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática, 2002.
RISÉRIO, Taya Soledad. Definição dos transtornos de aprendizagem. Programa de (re) habilitação cognitiva e novas tecnologias da inteligência. 2003.

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