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25 de novembro de 2011

A educação e um projeto de Nação

 "

Analfabetismo funcional


Por Tom Coelho

 Só a educação liberta."
(Epicteto)


O índice de reprovação no exame anual da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo, tem atingido a impressionante marca de 90%. Realizado em duas etapas, sendo a primeira composta por cem testes de múltipla escolha, na qual apenas um em cada dez candidatos supera a medíocre nota de corte de 46 acertos, e a segunda, formada por questões discursivas, nas quais erros crassos de conjugação verbal, ortografia, coesão e coerência textuais, entre outros, são identificados, tais resultados ilustram com louvor a decadência do ensino em nosso país.

O crescimento do ensino superior na década de 1990 é inegável. Foram ampliados a abrangência dos cursos, a oferta de vagas e o número de alunos matriculados. Porém, muita quantidade para pouca qualidade. Estamos formando advogados que desconhecem leis, economistas que não sabem matemática financeira, engenheiros com dificuldades em cálculos estruturais. Pseudoprofissionais que irão cercear a liberdade de um cliente, condenar uma empresa à falência, levar um edifício ao chão.

No anseio de se apresentar estatísticas que denotem evolução no sistema educacional, mediante elevação do número de graduados e redução do número de analfabetos, os indicadores mascaram a realidade dos fatos. Assim, basta escrever o nome para ser incluído na categoria dos alfabetizados, ainda que se tenha um vocabulário restrito a umas poucas palavras. Basta um diploma conquistado mais com o suor do trabalho para se pagar as mensalidades ao longo de alguns anos do que pelo conhecimento adquirido, para ser alçado ao time dos "doutores".

A gênese de nossos problemas reside no ensino fundamental, para o qual há dotação orçamentária prevista constitucionalmente, embora os recursos cheguem minguados às salas de aulas, pois se perdem no decorrer dos descaminhos políticos e burocráticos. Falta remuneração adequada aos professores, falta-lhes incentivo à reciclagem profissional, falta rigor no ensino.

A língua portuguesa é violentada a cada frase pronunciada, a cada expressão escrita. Falamos e escrevemos mal porque lemos pouco. Matemática é rotulada como disciplina difícil, produzindo um exército de cidadãos vilipendiados pela indústria dos juros. História é tida como dispensável, cultivando a brevidade da memória política que nos assola, consequência da incapacidade de se associar fatos. Inglês é introduzido na grade curricular cada vez mais precocemente, porém a iniciativa é inútil haja vista que a metodologia forma mestres no verbo "to be", após muitos anos de estudo, quando seria desejável o domínio de um vocabulário mínimo e de capacidade de comunicação.

Nossos atuais conflitos éticos e morais, os eventos políticos, a fragilidade econômica, as desigualdades sociais, a subserviência institucional, a crise de identidade cívica, são filhos bastardos de nossa inépcia em reconhecer a relevância da Educação na construção de um projeto de nação. Pena que dá trabalho pensar, elaborar, construir e esperar vinte anos para ver florescerem as sementes.

Idade mínima

Do Estadão:

O Ministério da Educação (MEC) vai recorrer da decisão da Justiça Federal que suspendeu uma resolução que impedia a matrícula de crianças menores de 6 anos no ensino fundamental. Pela regra, estabelecida em 2010 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão vinculado à pasta, o aluno precisa ter 6 anos completos até 31 de março do ano letivo para ser matriculado no 1.º ano do ensino fundamental – caso contrário deverá permanecer na educação infantil. Segundo o CNE, o objetivo da medida é organizar o ingresso dos alunos no ensino fundamental, já que até então cada rede de ensino fixava uma regra diferente. “Nós queremos preservar a normalidade dos sistemas de ensino para que eles possam começar o ano letivo de letivo de 2012 organizadamente”, defendeu a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda. As resoluções do CNE não têm força de lei, mas servem de orientação geral para os sistemas públicos e privados de ensino.

De acordo com Pilar, 80% das redes públicas de ensino já respeitam o prazo de 31 de março. A pressão para que crianças menores de 6 anos sejam matrículas no 1.º ano do ensino fundamental vem dos estabelecimentos privados. O MEC e o CNE argumentam que a criança pode ser prejudicada se ingressar precocemente no ensino fundamental. A consultoria do MEC deverá se reunir com membros do CNE no início da próxima semana para elaborar o recurso. “A gente tem que tomar muito cuidado para que essa matrícula não vire uma disputa de mercado. E, mais do que isso, que ela impeça a criança de viver plenamente a infância porque irá submetê-la às exigências do ensino fundamental como o rendimento”, disse Pilar. A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Stella Bortoni diz que a ansiedade das famílias é a principal motivação para que a regra fosse contestada judicialmente... Leia mais

13 de novembro de 2011

Indicadores de qualidade da educação infantil - Uma plataforma para o futuro

Da Nova Escola: O Ministério da Educação acaba de lançar o documento Indicadores da Qualidade na Educação Infantil. Em 64 páginas, especialistas de 31 instituições, entre elas a Fundação Victor Civita, que edita NOVA ESCOLA, prepararam um roteiro para que cada escola, em conjunto com a comunidade, faça a autoavaliação de suas atividades e proponha um plano de ação para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.  Os indicadores permitem ao professor e ao gestor escolar observar se as recomendações apresentadas nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, publicados em 2006, estão sendo seguidos no cotidiano escolar. O material foi produzido ao longo de um ano, período em que foi revisado após oito seminários regionais e pré-testado em escolas públicas e privadas de nove estados brasileiros.

Dicas para a confraternização da escola no final de ano

Da Nova Escola:

Como organizar uma boa comemoração

Confira quais são os cuidados necessários para garantir que o evento de final de ano seja, de fato, um momento de celebração

O mês de dezembro é uma correria: as aulas estão chegando ao fim e é preciso avaliar se as metas foram alcançadas, definir os objetivos para 2011, organizar as matrículas e resolver pendências administrativas. Por último - e não menos importante -, pensar em uma maneira de comemorar o encerramento de mais um ano de trabalho pedagógico com a equipe. A confraternização entre todos os profissionais que atuam na escola é importante para a integração da equipe e, ao mesmo tempo, representa uma forma de o gestor reconhecer e valorizar o trabalho de cada um.

Muitas vezes, porém, fica a dúvida sobre o que fazer. O sucesso de eventos dessa natureza - em que são necessários a participação e o envolvimento de todos - depende, basicamente, de ouvir os funcionários sobre as expectativas para a ocasião. "O mais importante é lembrar que a festa é deles e não para eles. Devem surgir do grupo as ideias sobre o melhor lugar para a reunião, a realização ou não de alguma troca de presentes, as atrações etc.", afirma Aristeo Leite Filho, professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Para ter certeza de que todos foram ouvidos, vale até realizar uma eleição. É o que acontece na EM Jandevam, em Pedro Afonso, a 173 quilômetros de Palmas. "Os funcionários dão as sugestões, fazemos uma lista e, em seguida, realizamos a votação. Já tivemos a possibilidade de optar entre um piquenique na beira do rio e um jantar dançante no clube", conta a coordenadora pedagógica, Maria Lucimária de Souza Ribeiro Cunha.

Alguns gestores costumam cuidar sozinhos da organização, contando apenas com a ajuda do vice-diretor ou do coordenador pedagógico - até para evitar sobrecarregar a equipe num momento em que todos têm muito trabalho. Contudo, compartilhar os preparos - e a responsabilidade - com os demais envolvidos é uma maneira de evitar contratempos e garantir melhores resultados. Os funcionários podem ser agrupados por tarefas que sejam, preferencialmente, diferentes das executadas no dia a dia. As merendeiras ajudam na decoração, por exemplo, enquanto os professores se encarregam da divulgação ou da organização do espaço. "A confraternização revela o clima de trabalho. Se a festa é decidida de forma democrática e todo mundo está presente, é porque existe união entre o grupo", diz Clécio Lima Souza, diretor da EM Mariano da Silva Barroso, em Pindaré Mirim, a 256 quilômetros de São Luís.

Há quem aproveite a ocasião para apresentar a avaliação das atividades do ano. Ainda que os resultados sejam positivos, essa não é exatamente uma medida apropriada. Deixe essa exposição para uma reunião específica de trabalho.

Como existem diversos aspectos para prestar atenção, NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR preparou uma lista com os itens relativos ao planejamento, com dicas sobre o que evitar, o motivo e as possíveis soluções.

Só não vale deixar o momento passar em branco, pois isso pode parecer descaso com a equipe. Pensar em algo simples, mas envolvente, certamente vai mostrar o reconhecimento pela participação de todos no trabalho educativo da escola.

Como existem diversos aspectos para prestar atenção na hora de organizar a festa de final de ano, NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR preparou uma lista com os itens relativos ao planejamento, com dicas sobre o que evitar, o motivo e as possíveis soluções. Só não vale deixar o momento passar em branco, pois isso pode parecer descaso com a equipe. Pensar em algo simples, mas envolvente, certamente vai mostrar o reconhecimento pela participação de todos no trabalho educativo da escola.

 
EVITE
O PROBLEMA
A SOLUÇÃO
CONVIDADOS
Excluir pessoas É antipático e provoca efeito contrário ao propósito da festa Convidar professores, merendeiras, vigias, faxineiros, administrativos e até pessoas que prestam serviços eventuais à escola
Convites imprecisos Se uns levam familiares e outros não, é possível alguém pensar que houve tratamento diferenciado Definir com a equipe se os parentes podem ir e avisar a todos dias antes da festa
ESPAÇO
Lugar
constrangedor
Espaços sofisticados ou pouco acolhedores deixam as pessoas pouco à vontade. Já barulhentos e lotados dificultam a interação Escolher um local exclusivo, como um sítio ou a própria escola, tem mais chance de deixar a turma à vontade
Bagunça do dia seguinte Deixar o espaço sujo e prejudicar o trabalho pedagógico do dia seguinte, caso o evento seja na escola Combinar com a equipe se a limpeza será coletiva ou ficará a cargo de um grupo definido
ATRAÇÕES
Troca de presentes
apenas entre alguns
Excluir quem não pode participar. Também não vale presentear só o diretor - os homenageados devem ser os funcionários Providenciar pequenas lembranças para todos em nome da equipe gestora
Homenagens
restritas
Dar tratamento desigual aos membros da equipe Se houver homenagem, incluir todos os funcionários em discurso ou cartazes com fotos.
Discursos forçados Deixar o orador intimidado Abrir o espaço para as falas, desde que sejam espontâneas
DESPESAS
Colaboração
obrigatória
Impor gastos ou excluir e constranger os que não podem contribuir O grupo decide sobre a colaboração, a escola assume as despesas ou vai atrás de parcerias para cobrir os gastos
Errar no cálculo Demonstrar descuido dos organizadores no atendimento aos convidados ou provocar o desperdício Pedir a confirmação com antecedência para saber quantos vão
TEMPO
Data inadequada Ter baixa participação quando a festa é muito próxima ao final do ano Antecipar a data para garantir a participação da maioria dos funcionários

Direto do Piaui, o exemplo de que investindo no professor tudo acontece

Do Educar para crescer:

A lição do Piauí

A escola campeã no ranking do MEC segue uma cartilha que deu certo em outros países: investe nos professores

 
Fica no Piauí a melhor escola de ensino médio do Brasil, de acordo com o recém-divulgado resultado do Enem - exame aplicado a 2,7 milhões de estudantes pelo Ministério da Educação (MEC). De 21.000 escolas públicas e privadas avaliadas no Brasil inteiro, o Instituto Dom Barreto, uma particular da capital, Teresina, destacou-se como exemplo de excelência. A campeã de Teresina surpreendeu os especialistas por duas razões.

Em primeiro lugar, por ter sido revelada num estado paupérrimo, cujas escolas - públicas e particulares - costumam ficar entre as piores do Brasil nesse tipo de exame. No Enem, enquanto os piauienses patinaram numa nota ainda mais baixa do que a brasileira - 38,7 em 100, contra uma média nacional de 42,5 -, o Instituto Dom Barreto sobressaiu com a nota 74. Em segundo lugar, o que chamou atenção nessa escola foi o fato de ela ter reproduzido com sucesso no Piauí idéias que provaram ser eficientes em países onde a educação funciona, como Finlândia e Coréia do Sul. Diz a especialista Maria Inês Fini: "O problema no Brasil é que as escolas estão atrás de algo que não existe: uma fórmula mágica para o bom ensino". Não tem dado certo, como comprovou o Enem.

 O bom desempenho do Instituto Dom Barreto deve-se, em boa parte, ao investimento na formação e atualização dos professores. Eles não lecionam sem antes assistir a aulas com os próprios autores dos livros didáticos, contratados pela escola para ensiná-los a fazer o melhor uso do material. São obrigados também a reservar uma hora do dia à confecção de um detalhado roteiro para a aula. Uma visita ao Dom Barreto revela um fato ainda mais incomum: longe das lamúrias típicas da classe, os professores de lá se declaram satisfeitos - 80% estão na escola há mais de uma década.

Outro termômetro do contentamento geral vem de relatos como o da coordenadora Terezinha Ferreira, 42 anos, há dezoito no colégio. Ela conta que teve duas especializações e um mestrado patrocinados pela escola. Detalhe: ao longo de quatro anos, sua carga horária foi suavizada para que conseguisse dar conta dos cursos. "Eu relatava essa história a colegas de outras escolas e eles achavam que eu estava mentindo", lembra Terezinha. Os professores do Dom Barreto também concorrem a um prêmio anual, dado ao melhor profissional em sala de aula, com base nas notas dos alunos. O campeão deste ano receberá uma viagem à Europa. Ao contrário do que ocorre na maioria das escolas do país, o mérito é reconhecido - e estimulado. Os maus resultados, por sua vez, ficam em evidência.

A número 1 no Enem reforça, portanto, a eficácia de um tripé consagrado pela experiência internacional: combina metas curriculares bem estabelecidas, professores preparados para executá-las e um sistema desenhado para cobrar resultados. Não espanta pela originalidade, mas, sim, pelo pragmatismo - uma qualidade ainda distante das escolas brasileiras. A aplicação disciplinada de fórmula semelhante também ajuda a esclarecer o sucesso das escolas técnicas federais no ranking oficial. Na lista das 100 melhores na prova do MEC, treze se enquadram nessa categoria, entre elas a Escola Politécnica Joaquim Venâncio.

Além do currículo básico, elas preparam os estudantes para exercer um ofício de nível médio. São uma espécie de elite na rede pública: com mais dinheiro, atraem os melhores alunos e professores. Resume o especialista Claudio de Moura Castro: "Elas estão voltadas para os resultados - não têm espaço para conversa fiada nem discurso ideológico". Em comum, os estudantes das escolas técnicas federais e da campeã Dom Barreto permanecem oito horas em sala de aula - o dobro da média nacional (no caso do Piauí, paga-se mensalidade de 500 reais pelo pacote, até um terço do que cobram as melhores escolas de São Paulo). É no período extra que os alunos assistem a aulas de xadrez, grego antigo e geografia do Piauí, descritas com entusiasmo pelos alunos. Esticar a jornada de estudos contribuiu nas últimas décadas para a melhoria do ensino nos países desenvolvidos. O Enem indica que pode funcionar também no Brasil.
(*) Observação: Decorridos 4 anos dessa reportagem, o Instituto Dom Barreto continua entre as melhores do país.

Os 4 pilares da educação para o século XXI

Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento da educação baseado no Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. No relatório editado sob a forma do livro – Educação: Um Tesouro a Descobrir –, a discussão dos quatro pilares ocupa todo o Capítulo 4, onde se propõe uma educação direcionada para os quatro tipos fundamentais de aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser:

  1. Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
  2. Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
  3. Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
  4. Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.

11 de novembro de 2011

Prova nacional da docência - Uma crítica fundamentada


O australiano Lawrence Ingvarson pesquisou avaliações de professores em seu próprio país, na Escócia, nos Estados Unidos e na Inglaterra e é defensor de certificações para docentes atreladas ao aumento de salário. Em visita ao Brasil para uma palestra no evento que comemora os 10 anos do Instituto Singularidades, soube pelo iG que os brasileiros estão prestes a ter sua primeira prova nacional para professores. “É um começo, mas não é suficiente”, avaliou. 

Em sua apresentação, ele falou dos sistemas que conhece e da forma nestes países associações nacionais de professores de cada área criam critérios para certificar que uma pessoa esta apta a dar aula. Depois, escalonam os profissionais, por exemplo, em graduados, proficientes, altamente talentosos e líderes. “Não é só o tempo ou quantos cursos fez que o colocam em uma ou outra condição, mas também os resultados que consegue”, explicou.

Segundo ele, as associações nacionais criam ementas detalhadas do que o profissional tem de ser capaz. “Não dizem como fazer, mas qual o resultado esperado de um docente daquela área.” A diferença de salário entre um graduado e um líder é de 250%. Lawrence não conhecia a realidade brasileira e ficou surpreso ao saber que, a partir de 2012, o próprio governo brasileiro aplicará uma prova única para professores. O teste, de adesão voluntária, poderá ser usado pelas redes, por exemplo, para contratação de novos profissionais. 

Ao saber que se tratava de um teste de alternativas em larga escala ficou surpreso. “Um teste de um dia? Os professores passaram por uma graduação de anos e vão escolhê-los por um único teste? É muito pouco”, questionou. “A avaliação deve existir para diferenciar profissionais e estimulá-los, dar mais autonomia a quem prova que sabe fazer e reconhecimento, mas não deve ser tão simples”, diz.

Segundo ele, pesquisas mostram que apenas a introdução do bônus para professor ou qualificação não mostram resultados significativos. “Se você vai incentivar, dê os incentivos certos, não foque em aspectos desligados do trabalho do professor. O profissional quer: autonomia, domínio e propósito. A certificação lhe garante isso.” 

6 de novembro de 2011

Distúrbios de aprendizagem - Transtorno bipolar infantil

Do Guia do Bebê:

Transtorno Bipolar na Infância

Por Maria Irene Maluf

A infância é uma época estratégica da vida do ser humano. É quando se dá um grande desenvolvimento físico, psicológico e mental, concomitantemente ao aprendizado básico indispensável para todos os que se seguirão por toda vida. A relevância da observação dos comportamentos e aquisições intelectuais da criança e do adolescente feita por pais e professores é imensa, mas não substitui uma avaliação médica e de especialistas em diferentes áreas, quando estes comportamentos fogem da freqüência e intensidade usuais.

Até alguns anos atrás, poucas eram as doenças mentais reconhecíveis na infância. Com o aumento das pesquisas e o incremento de estudos científicos, os diagnósticos de vários transtornos psiquiátricos em crianças e adolescentes tornaram-se possíveis e decorrentes dessa nova condição. Aparentemente, os casos se multiplicaram numericamente e se fizeram mais conhecidos pela população em geral.

Entre esses, o Transtorno do Déficit da Atenção, com ou sem hiperatividade (TDA/H) e o Transtorno do Humor Bipolar (THB) têm sido objeto de muitos estudos em vários países, pois ocasionam forte impacto sobre a vida escolar, pessoal, familiar e mais tarde profissional do paciente, especialmente quando não devidamente diagnosticados e tratados por equipes de profissionais especializados.

O TDA/H, hoje muito comentado em função da amplitude da divulgação na imprensa, é um exemplo. Conhecido dos médicos há várias décadas, com o advento das especializações, como por exemplo a psicopedagogia, passou a ser objeto de estudo multidisciplinar e os resultados dos tratamentos têm sido, em sua grande parte, de enorme valia, tanto para os pacientes, como para suas famílias e a sociedade.

Os prejuízos decorrentes da falta de diagnóstico e do acompanhamento médico e psicopedagógico vão do fracasso escolar à evasão, da baixa auto-estima à depressão, da rejeição do grupo ao isolamento, às drogas, à gravidez precoce, à promiscuidade sexual e marginalização, entre outras.

Infelizmente, a especulação por parte de alguns profissionais não credenciados para tal avaliação, ou ainda, diagnóstico feito por pessoas leigas, tem trazido mais problemas aos que já sofrem com esse transtorno. Generalizou-se, irresponsavelmente, por exemplo, chamar de TDA/H a toda e qualquer manifestação de inquietação, distração ou falta de limite que as crianças e jovens apresentem na escola ou em casa. 


Como conseqüência, casos em que o transtorno não existe de fato aparecem em toda parte, banalizando um problema sério e de grande repercussão sobre a vida dos pacientes reais e sua família. Estes falsos diagnósticos são geralmente feitos à base de “achismos” como o preenchimento de questionários ou testes sem qualquer base científica ou mesmo ao sabor das conveniências pessoais de alguns adultos, que pensam dela tirar proveito, seja para justificar uma educação deficiente em limites, normas e atenção à criança ou, ainda, a outros interesses particulares.

O Transtorno de Humor Bipolar em crianças é outro exemplo de doença psiquiátrica que exige seriedade no encaminhamento, pois, nessa faixa etária, a sua sintomatologia pode se apresentar de forma atípica.

Assim, ao invés da euforia seguida da depressão dos adultos, nas crianças surge a agressividade gratuita seguida de períodos de depressão. Nestas, o curso do Transtorno é também mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão seguida de “tempestades afetivas”, são comuns. Além disso, a mudança é rápida e pode acontecer várias vezes dentro de um mesmo dia, como por exemplo: alterações bruscas de humor (de muito contente a muito irritado ou agressivo); notável troca dos seus padrões usuais de sono ou apetite; excesso de energia seguida de grande fadiga e falta de concentração. Esses são alguns sintomas que devem ser observados.

Os diagnósticos de transtornos da saúde mental são difíceis mesmo para os especialistas, pois é alta a prevalência de comorbidades, ou seja, o aparecimento de dois transtornos simultaneamente, o que exige conhecimento, experiência e observação minuciosa do médico e da equipe envolvida, como psicólogos e psicopedagogos.

É importante salientar ainda que estes transtornos afetam seriamente o desenvolvimento e o crescimento emocional dos pacientes, sendo associados a dificuldades escolares, comportamento de alto risco (como promiscuidade sexual e abuso de substâncias), dificuldades nas relações interpessoais, tentativas de suicídio, problemas legais, múltiplas hospitalizações, etc.

Os diagnósticos devem sempre ser realizados por médicos psiquiatras ou neurologistas em conjunto com psicopedagogos, que ao diagnosticarem e acompanharem a criança, se preocupam em dar também orientações à família e à escola.

Minimizar esses transtornos só piora suas conseqüências e prejudica o paciente. Somente especialistas podem afastar e esclarecer as dúvidas e não é exagero ser cuidadoso quando se trata da vida, saúde e futuro dos nossos filhos!


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4 de novembro de 2011

Limites - Parte I - Amor e disciplina



Cuidados, amor e atenção: todos os pais sabem bem como agradar seus filhos. Mas, depois do amor, a coisa mais importante que eles podem dar aos filhos tem sido esquecida, muitas vezes confundida com repressão: disciplina.  Para o pediatra e psiquiatra infantil T. Berry Brazelton, autor de livros como "Disciplina: O Método Brazelton" (Editora Artmed), a maior necessidade de uma criança, depois de amor, é disciplina. Mas falta a muitos pais conhecimento - para estabelecer os limites corretos, sem reprimir os filhos - e firmeza - para fazer com que eles sejam cumpridos sem lançar mão das palmadas. Ao longo do ano, o iG Delas tratou do assunto muitas vezes, sob enfoques diversos. Se o bebê passa por uma fase narcisista natural, depois de certa idade ele precisa de disciplina - e é mais fácil estabelecer limites antes dos 7 anos. Pais que não querem "estragar" os filhos devem se manter afastados do excesso de consumo, evitar aplaudir toda e qualquer coisa que o filho faz e, sobretudo, dar o exemplo. Mesmo estabelecendo regras, rotinas e desenvolvendo um vínculo saudável com a criança, ela vai testar os limites impostos. Nessa hora, entender o papel da birra e saber como reagir são armas essenciais. Tudo para não perder a cabeça e acabar dando palmadas na criança -- ainda que tenham finalidade pedagógica, elas não são necessárias.

2 de novembro de 2011

Brasil consegue ao mesmo tempo subir 0,019 em seu IDH e cair 11 posições na lista mundial do PNUD

Posição País IDH
Estimativas para 2011 Mudança comparando os dados de 2011 em relação aos dados de 2010 Estimativas para 2011 Mudança comparando os dados de 2011 em relação aos dados de 2010
72
 São Cristóvão e Nevis 0,735
73 (2)  Venezuela 0,735 (0,039)
74 (6)  Bósnia e Herzegovina 0,733 (0,023)
75 (1)  Geórgia 0,733 (0,035)
76 (7)  Ucrânia 0,729 (0,019)
77 (5) Maurícia 0,728 (0,027)
78 (7)  Macedónia 0,728 (0,027)
79 (1)  Jamaica 0,727 (0,039)
80 (17)  Peru 0,725 (0,002)
81
Dominica 0,724
82
Santa Lúcia 0,723
83 (6) Equador 0,720 (0,025)
84 (11) Brasil 0,718 (0,019)

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