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17 de fevereiro de 2012

A memória e a aprendizagem - Parte I - O funcionamento

Do Educar para crescer:

Como a memória funciona?


Somos aquilo que recordamos", conceitua Iván Izquierdo, professor de Neuroquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele dá um exemplo: nenhum texto é compreendido se não se lembra o significado das palavras e a estrutura do idioma utilizado. Tudo isso precisa estar registrado no cérebro para ser resgatado no momento oportuno. A memória, enfatiza Elvira Lima, é a reprodução mental das experiências captadas pelo corpo por meio dos movimentos e dos sentidos. Essas representações são evocadas na hora de executar atividades, tomar decisões e resolver problemas, na escola e na vida.

Mas como se forma a memória? A informação captada transita pelos neurônios, células nervosas semelhantes a árvores sem folhas: os galhos seriam os dentritos; o tronco, o axônio; e as raízes, os terminais pré-sinápticos. Eles criam emaranhados de caminhos que se orientam em diversas direções. Quando os galhos de uma célula se encontram com as raízes de outra, forma-se uma sinapse, local de comunicação entre os neurônios e unidade elementar de armazenamento da memória. Lá acontece a síntese de proteínas, as trocas elétricas e a ativação de genes que provocam o armazenamento da informação. Quanto mais conexões, mais memória. Cada neurônio pode se comunicar com até outros mil. Como o ser humano tem de 10 bilhões a 100 bilhões dessas células, é possível haver até 100 trilhões de conexões sinápticas.

O cérebro é dividido por uma fenda em dois hemisférios, que são segmentados em lobos, regiões demarcadas sem muita nitidez. As informações captadas pela visão, pela audição, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato provocam impulsos elétricos e reações químicas em lobos diferentes e não são guardadas da maneira como foram captadas. Elas são fragmentadas, classificadas e hierarquizadas.

Uma imagem, por exemplo, é captada pelos olhos e segue pelo nervo óptico – formado por neurônios – até a parte posterior do cérebro, chamada occipital. Ela é desmembrada em formas, cores, movimentos e outros dados que a compõem. Dali essas informações espalham-se pelas áreas vizinhas, à procura de outra informação correlata. Encontrando essa referência, surge um novo arquivo que vai para o hipocampo (H).

Paulo Caramelli, especialista em neurologia cognitiva do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, explica que tanto novas informações quanto as já armazenadas, depois de conectadas e reelaboradas, passam obrigatoriamente pelo hipocampo, estrutura que fica sob os dois hemisférios. De lá as informações são espalhadas por toda a superfície do cérebro, o córtex. A classificação e o armazenamento de informações são tão específicos a ponto de, dentro do “arquivo” linguagem, uma “pasta” guardar verbos; outra, substantivos, e assim por diante.

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