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11 de dezembro de 2011

Adaptação escolar - Parte V - Final de ano - insatisfeitos com a escola que proporcionou a educação infantil de seu filho? a hora de mudar é agora

Do Artigonal:

Criança na escola - Escolha, acompanhe, valorize

Por Sandra Ethel Kropp (*)


Escolher e valorizar a escola de nossos filhos SEMPRE será um processo difícil. Isso não significa que este deva ser problemático, ansioso, conturbado ou mesmo deixar-nos com tantas dúvidas que, na hora da decisão final, não consigamos ponderar qual a melhor escolha. A decisão da escola implica em avaliar com detalhes o que é oferecido e, por outro lado, o que a família(mãe, pai, e porque não avós e tios) acham importante e valorizam na educação de seus filhos. 

Sabe-se que a fase inicial da educação da criança, principalmente aquela que compreende os 3 primeiros anos de vida, são essenciais para a formação psíquica, física, motora, social, cognitiva da criança, ou seja, é nesta fase que se formam aspectos que acompanharão a criança pela vida toda. Decidir entre um cuidador especializado em casa(babá), deixar a criança com um parente como avó ou tios, ou mesmo coloca-la no berçário é uma decisão difícil e polêmica.

O importante na decisão é fazê-la com maturidade e confiança e depois, monitorar e acompanhar o processo da escolha feita. Devemos lembrar que sempre é tempo para mudar e optar por outras alternativas. Quando opta-se por um berçário, há condições que devem ser primordiais e obrigatórias na escolha:

1- espaço físico do berçário-limpeza, se é arejado ou não, nível de segurança( janelas, piso, etc), espaço específico para estimulação e repouso dos bebês.

2- corpo técnico: os profissionais nesta fase são extremamente valiosos para a criança, para a família e a escola. A qualidade do vinculo que a criança estabelece com o cuidador/pedagogos da instituição refletem no comportamento da criança no ambiente escolar e familiar. Logo, algumas questões devem ser observadas ,tais como: berçaristas- número de berçaristas por criança, qualificação das berçaristas, acompanhamento pedagógico e médico dos bebês. 

3-alimentação: deve-se respeitar o tipo de nutrição seguida pela família, claro que sempre validada pelo pediatra da criança.

4- espaço para estimulação dos bebes- deve haver um espaço específico e seguro, com material pedagógico adequado para cada faixa etária, com pessoal treinado para os cuidados com o desenvolvimento psico-socio-motor de cada bebê.

5-comunicação com a família- nesta etapa, todas as mudanças e progressos devem ser informados e os pais e familiares sempre presentes no processo de educação da criança. A escola deve estar aberta para dialogar, ouvir dúvidas, ansiedades, etc.

6-postura educacional: deve-se lembrar que a escola cumpre uma função/papel social, educacional e interfere diretamente no desenvolvimento da criança. No entanto, deve-se ter o cuidado de zelar pelo ambiente escolar- a escola deve ter um plano político pedagógico( norteando o processo educacional e disciplinar), não confundindo a escola com uma segunda família a fim de manter o caráter profissional da instituição. É possível ser afetivo e assertivo concomitantemente.

Além das questões especificas da escola, a família sempre deve ponderar outros fatores, como: tempo de deslocamento da criança para o  berçário, respeito à sua rotina, tempo de permanência, etc.

O processo de adaptação da criança à nova escola também deve ser gradual e paulatino, principalmente se for o iniciação da mesma à vida escolar. Devemos lembrar que há, de fato, uma mudança de espaço físico e psicológico da criança para este novo ambiente, que ela não conhece. Tudo o que é novo e inexplorado gera medo e insegurança, o que é PERFEITAMENTE normal.  Por este motivo, se a criança chora, resmunga, enfim, mostra o seu sentimento(porque muitas vezes ainda não sabe expressá-lo verbalmente), este sentimento deve ser valorizado e  trabalhado em parceria pelos pais/escola e não ser descartado. Fazer de conta que “ele não existe e a criança se adaptará de qualquer forma” talvez não seja a atitude mais adequada na construção da singularidade deste novo sujeito, que está em formação e como citamos anteriormente, incorpora as maiores influencias e vivências do meio até os 3 anos.

A escola e a família podem acordar a necessidade da presença dos pais em questão de tempo, local, etc(a mãe ou quem está fazendo a adaptação pode ir se retirando lentamente deste espaço, por exemplo), mas é importante que, por menor que seja a criança, ela seja informada do acordo realizado. Assim, sua importância também é valorizada. Conforme a criança responde positivamente à escolha feita, o nível de ansiedade dos pais geralmente costuma diminuir. Afinal, uma vez a escolha feita, o acompanhamento deve ser realizado com bom-senso, permitindo que a escola tenha autonomia no trabalho que realiza e nas condutas que adota.

Uma prática que deve ser observada quando o aluno é novo na escola é o nível de informações que a escola exige a respeito do mesmo. Quanto mais valor a escola der à história da criança, é bem provável que a abordagem seja mais humanista na forma de tratar e conduzir o desenvolvimento individual do aluno. É importante que as reuniões individuais e de sala aconteçam periodicamente, pois esta é uma forma de sistematizar e comunicar aos pais o que a criança faz, como se comporta e se desenvolve, como a escola se posiciona, enfim, de que forma esta parceria aluno/escola se desenvolve efetivamente.

Nestes momentos mais privados entre professor, coordenador e pais, é oportuno que a família informe se problemas pontuais e específicos aconteceram com o filho( mudança de comportamento em casa, algum tratamento médico, etc) e vice-versa(ou seja, que a escola pontue e oriente pais e familiares caso perceba alguma mudança SIGNIFICATIVA). Deve-se levar em conta que o desenvolvimento de casa criança é único, singular e especifico e que não se pode, de forma alguma, padronizar e comparar duas crianças : cada uma tem uma história que a faz diferente do outro. Logo , o processo de desenvolvimento psico-bio-socio-pedagógico de cada aluno também é único e deve ser monitorado em termos de evolução, progressos, mudanças e regressões, sempre com bom-senso.

 Conforme a criança cresce, a família reavalia questões como proposta pedagógica, método, convívio social, proposta religiosa de escola de seu filho- sempre calcada no histórico da criança- e, se necessário, efetiva mudanças conforme necessário. No entanto, o aspecto de formação da criança em termos morais e éticos deve SEMPRE SER PRIVILEGIADO, e este se constrói na intersecção entre escola, família e sociedade- a criança reforça conceitos adquiridos na escola através das vivências escolares, sociais e familiares. Por isso, a importância da formação integral do aluno tanto nos primeiros anos de vida como posteriormente: é importante que este se veja e seja visto  como um ser total, único, capaz, que respeite e tolere seus limites e do outro e que assim, possa conviver, colaborar e construir uma sociedade melhor, mais justa e mais humana.

Aprender a conviver em grupo, discutir, ouvir, ponderar, olhar PARA o outro, enfim, todos estes são papeis da escola. Nela o aluno tem a oportunidade de adquirir e consolidar habilidades, comportamentos, atitudes e competências necessárias e relevantes para sua formação como aluno, cidadão e ser integral. Como falamos anteriormente, este processo de formação JAMAIS será completo se não houver a parceria e ENVOLVIMENTO pleno da família e da sociedade em que se vive.

Este processo de formação completa é complexo e dialético- permeado por conflitos. O conflito, no processo de “educar “o outro e a si mesmo, acontece ao mesmo tempo.  Quando o professor interfere na sala de aula criando situações ou contextos para que os alunos elaborem determinados conteúdos, ele propicia ao aluno e a si mesmo condições de olhar o processo de desenvolvimento, observar etapas, localizar cada criança, trabalhar questões globais e específicas.

Neste processo, ele também se coloca como mediador, pontua para o grupo( e consequentemente, para si mesmo) os pontos fortes e avalia oportunidades de melhoria. Assim, aprendemos a ser, a fazer, a refletir, a construir, a pensar, enfim, aprendemos como evoluir como seres humanos, aprendizes e cidadãos. Logo, qualquer que seja a escola, é imprescindível que:

- o aluno seja acompanhado individualmente e que a escola mostre se apropriar da história de cada um- o aluno é um sujeito singular e único,
- as diferenças sejam respeitadas e questões individuais RELEVANTES sejam tratadas sempre com a família , tendo-a como parceira,
- que a escola valorize a formação de seu corpo profissional quanto a habilidades, atitudes e comportamentos: não adianta um professor cheio de conteúdo e atitudes imprudentes,
- exista um canal de dialogo acessível família/escola,
- as habilidades das crianças sejam trabalhadas de forma integral: corpo e mente,
- valorização de aspectos sócio- culturais, enfatizando os  valores morais e éticos, tolerância e respeito,
- a escola jamais é a família e vice-versa,
- que apresente atitudes de apoio às famílias e alunos quando necessário, sem rotular ou excluir a família de processos importantes de decisão.

Se a escolha de uma escola pode ser demorada e complexa, devemos refletir o quanto é complexo e amplo o processo de educar e formar nossos filhos. Por este motivo, devemos nos aliar às instituições que formam nossos filhos, valorizando e enaltecendo a importância do processo de formação desde a educação infantil.

(*) Administradora pela FGV, estudante de Pedagogia


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1 comentários:

Alice Vianna disse...

Oi, Juliana!
Parabéns pelo seu blog! Adorei!
Quero recomendar a visita ao site do Educar para Crescer. Lá há notícias relacionadas ao tema, inclusive uma que aborda a importÂncia da escolha de uma boa escola para os filhos.
Visite: www.educarparacrescer.com.br
Tenho certeza de que você vai gostar!
Tudo de bom!
Um abraço,
Alice.


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