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11 de julho de 2010

A linguagem, sua função social e alguns desvios corrigíveis

Do Brasil Escola:

A Predominância de alguns termos que comprometem a oralidade e a escrita

Por Vânia Duarte
Tanto na fala quanto na escrita devemos estar atentos quanto ao uso de certas expressões que interferem na qualidade do nosso desempenho linguístico. Como a função da linguagem é estritamente social, e a língua possui um caráter dinâmico, certas vezes nos sentimos apegados a certos modismos, como por exemplo, o uso de clichês, que inevitavelmente acabam se incorporando ao nosso vocabulário. Todavia, enquanto falantes, devemos zelar pelo nosso perfil, pois perante a sociedade somos vistos como um “todo”, e certas atitudes acabam estigmatizando-nos diante de nossas atitudes. A discussão em si não remete a ideia de a Gramática Normativa ser o elemento norteador no nosso cotidiano, mas sim, sabermos distinguir situações em que o contexto não permite “tais desvios”. Pois, por mais que a Linguística tenha representado um avanço muito grande para os estudiosos da língua, essa noção de certo ou errado ainda tende a se perdurar por algum tempo. De uma maneira mais específica analisaremos os desvios mais cometidos e suas principais características. Entre eles destacam-se:

A Ambiguidade - Consiste em retratar uma situação em que a clareza da mensagem torna-se comprometida, havendo, portanto, uma duplicidade de interpretações. Como em:

O menino pegou o ônibus correndo. Neste caso, não identificamos se era o menino ou se era o ônibus que corria.

Cacofonia - Consiste na junção de sílabas que foneticamente tornam-se desagradáveis.

Eu hoje não vi ela.
Já que não posso amar ela, vou para o convento.

Pleonasmo vicioso - É o emprego de uma ideia desnecessária, uma vez que essa já faz parte da inferência do ouvinte/leitor.

O menino entrou para dento apressadamente.
Ele desceu para baixo neste exato momento.

Plebeísmo - É o emprego de certos termos que denotam falta de conhecimento/cultura por parte do falante.

Ele falou tipo assim”...

Barbarismos - representam literalmente o erro no emprego das palavras considerando-se a grafia, semântica e pronúncia.

A conzinha está toda desarrumada.
O bebê adora tomar iorgute.
Sua sombrancelha é bem delineada.

Eco - Consiste na repetição de palavras com o mesmo som para enfatizar uma ideia

Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. (ditado popular)

Leiam também os posts  A função social da linguagem escrita e A função social da linguagem verbal, de 6 de janeiro de 2012, que tratam sobre a expressão social escrita e oral da comunicação humana.

2 comentários:

Educar para Crescer disse...

Olá Juliana,
Parabéns pelo blog! Assim como você, o Educar para Crescer apoia iniciativas voltadas à educação.
Observamos que no post anterior você utilizou o site www.educarparacrescer.com.br como fonte.
Agradecemos a confiança e aproveitamos para convidá-la a conhecer outra seção da nossa página, “Aprendizagem”, que contém informações muito úteis para educadores.
Abs,
Equipe Educar para Crescer

Antonio Costa Neto disse...

Juliana, adorei seu blog. Trabalho com educação e a tônica do meu trabalho tem sido exatamente a luta em relação às questões ideológicas, ao meu ver, o maior, senão, o único problema da educação e das práticas educativas, conforme vc pode ver no meu blog ( e nos livros que ali apresento): www,mudandoparadigmas.blogspot.com que é um blog dedicado exatamente ao estudo da ideologia, e, principalmente, a ideologia na educação. Mas ficou uma ´dúvida, Juliana: Será que é possível fazer educação sem ideologia? Sem ideologia política? Será que a educação, sendo essencialmente política, pode existir sem ideologia. Volto aqui ao mestre Cazuza: "Ideologia, eu quero uma pra viver." Então, como é que eu posso viver sem ideologia. Na minha visão, neutralizar ideologicamente a educação é a mesma armadilha, a mesma máscara de conduzí-la por uma ideologia de poder, capitalista, elitista, sexista, pequeno-burguesa, norte-americanizada, etc. etc. etc. Coisas que eu odeio. Ao meu ver, não podemos despir a educação de ideologia, ela precisa ter ideologia, mas a ideologia própria para aqueles que dela deveriam se beneficiar. O problema é que usamos a ideologia de poder para quem não tem poder, a ideologia do rico para o pobre, a ideologia do branco para o negro, do macho para a fêmea, dos USA para o Brasil e assim por diante. "Eu preciso, nós precisamos, os alunos precisam de ter sim, uma ideologia própria, e não, viver com a ideologia alheia que, em última análise, é sua inimiga, sua adversária. Advogo a idéia que os educacores, especialmente, os pedagogos deveriam estudar economia, finanças, custos, câmbio, economia internacional, relações exteriores, políticas e poder ao longo dos seus cursos, coisas que, aliás, somos todos profundamente analfabetos.
Gostaria muito de trocar idéias com você a respeito. Te aguardo:
antoniocneto@terra.com.br
Não me queira mal. Quero te passar meu livro: Escolas & Hospícios - ensaio sobre a educação e a construção da loucura, de cuja leitura, espero, muitas fichas vão cair.
Te aguardo.
Bjus.
Parabéns pelo blog.

Antonio da C. Neto


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