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14 de março de 2012

Ensino à distância, uma solução para a educação continuada

Do O Globo:

Mais de 75 mil brasileiros estão matriculados no ensino à distância


A “correspondência” hoje é virtual, e o ensino pode se dar em tempo real, com avaliações online, aulas transmitidas ao vivo (algumas são ministradas até em redes sociais), e com maior abertura para trocas e interação. Mas ainda há muitos especialistas que torcem o nariz para a educação à distância. No Brasil, instituições públicas e particulares de ensino superior oferecem cursos desta modalidade para estudantes que moram longe ou que, por comodidade ou necessidade, preferem aprender pelo computador. - Eu trabalho no setor varejista e só tenho uma folga por semana. Ter o compromisso de assistir aula presencial somente duas vezes na semana foi um grande diferencial para mim, porque em meu trabalho foi mais fácil flexibilizar o meu horário para isso - justifica a estudante Kelly Portela de Souza Bezerra, aluna do 6º semestre do curso de Administração EAD no Centro Universitário Plínio Leite.

Há oportunidades em graduação, pós-graduação, cursos técnicos e profissionalizantes. O último Censo da Educação Superior, em 2010, mostrou que a Educação à Distância (EaD) já responde por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do país. De acordo com dados divulgados recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), em 2011 mais de 75 mil brasileiros se matricularam na Rede e-Tec Brasil, sistema que oferta educação profissional e tecnológica à distância. Em 2012, o sistema gerará mais 150 mil vagas. A realidade assusta alguns educadores, que fazem ressalvas sobre a eficácia deste tipo de formação. Membro do Conselho Nacional de Educação do MEC, o professor Antônio Freitas acredita que “nada substitui o contato humano entre professor e alunos”.

- A qualidade do EAD é muito sofrível, o próprio MEC está tendo mais cuidado em autorizar novos cursos. Prioritariamente, o aluno tem que ir para o curso presencial, onde há o espírito de turma, a troca de ideias - defende o professor. Ainda segundo Antônio Freitas, o ensino à distância exige mais disciplina do aluno. - Se a pessoa não tem recursos, formação prévia, não vai tirar proveito. O ensino à distância exige mais determinação. Na minha opinião, serve mais para pós-graduação. Mas, é claro, que é muito bom e importante para o público certo: como um estudante que more no interior do Amazonas e queira fazer um curso que não tem por lá.

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